Inteligência Artificial

Cognition adquire rival Windsurf para ampliar presença em mercado de programação com IA

Compra ocorre logo após acordo de US$ 2,4 bilhões do Google para contratar alguns dos principais executivos e licenciar a tecnologia da startup, que já esteve perto de ser comprada pela OpenAI, criadora do ChatGPT, por US$ 3 bilhões em maio

Jeff Wang e Scott Wu: CEOs de Windsurf e Cognition

Jeff Wang e Scott Wu: CEOs de Windsurf e Cognition

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 15 de julho de 2025 às 16h52.

Criadora do primeiro engenheiro de inteligência artificial totalmente autônomo do mundo, o Devin – já utilizado no Nubank e no Goldman Sachs – a Cognition anunciou, nesta segunda-feira, 14, a aquisição da rival Windsurf. A movimentação faz parte da crescente batalha para dominar o setor de escrita de código com IA.

A compra ocorre logo após um acordo, divulgado na sexta-feira, 11, de US$ 2,4 bilhões do Google para contratar alguns dos principais executivos e licenciar a tecnologia da startup. Com a conclusão do negócio, a Windsurf, que esteve perto de ser comprada pela OpenAI, criadora do ChatGPT, por US$ 3 bilhões em maio, ficou em uma posição difícil como uma startup independente.

Embora o preço da transação não tenha sido revelado, a proposta da Cognition foi considerada superior, oferecendo melhores termos e um acordo que traria benefícios maiores a todos os funcionários, superando a concorrência.

Em um comunicado, Scott Wu, cofundador e CEO da desenvolvedora do Devin, afirmou que a empresa já admirava há muito tempo a equipe da Windsurf e o que eles haviam construído. Essa aquisição também acontece em meio a uma intensa disputa entre Meta, Google e OpenAI para recrutar talentos em um setor cada vez mais competitivo.

Novo modelo de aquisições

Ao contrário das aquisições tradicionais feitas por grandes empresas de tecnologia, os recentes acordos estão sendo estruturados de maneira incomum, frequentemente sendo posicionados como investimentos, não compras diretas.

Em junho, a Meta investiu US$ 14,3 bilhões na startup Scale AI para contratar alguns dos principais executivos da empresa, entre eles Alexandr Wang, líder de seu novo laboratório de IA. No ano passado, o Google já havia feito o mesmo, investindo US$ 3 bilhões na Character AI em troca de talento e tecnologia. Há cerca de um ano, a Amazon também fez um movimento semelhante com a Adept.

Alguns críticos questionam se esses acordos estão sendo estruturados dessa forma para evitar pressões regulatórias antitruste ou investigações sobre práticas monopolistas, além de se os funcionários que permanecem nas startups estão sendo negligenciados.

No fim de semana, os fundadores da Windsurf foram criticados, pois parecia que alguns de seus funcionários não receberiam as mesmas compensações que os colegas que estavam saindo para se juntar ao Google.

Por sua vez, a Cognition garantiu que seu acordo permitirá que todos eles participem dos ganhos financeiros. Aqueles funcionários que possuírem ações terão um cronograma de “aquisição acelerada”, podendo liquidá-las mais cedo do que o previsto. Já os que não as possuem receberão uma compensação em ações, com base no tempo de trabalho na empresa.

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