Inteligência Artificial

Apple resiste à correção das big techs com ajuda do iPhone 17

Enquanto a maioria das ações das Sete Magníficas caiu na semana passada, a companhia liderada por Tim Cook parece ter escapado quase ilesa de uma provável correção de valuation

Apple: empresa pode se beneficiar de atraso em IA (Leandro Fonseca/Exame)

Apple: empresa pode se beneficiar de atraso em IA (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 19 de novembro de 2025 às 05h59.

Parece que ter ficado atrás na corrida pela inteligência artificial (IA) pode ter sido uma boa opção para a Apple (AAPL). A companhia, penalizada nos últimos tempos por seu atraso em adotar IA em seus dispositivos, agora pode ser um espaço seguro para investidores que temem uma bolha no setor.

Enquanto a maioria das ações das Sete Magníficas caiu na semana passada, a companhia liderada por Tim Cook parece ter escapado quase ilesa de uma provável correção de valuation.

Enquanto companhias mais expostas à IA, como a Nvidia e a Amazon, acumularam queda de 6,11% e 10,66% entre os dias 11 e de 18 de novembro, a Apple caiu 2,84% — queda ligeiramente maior do que a da Alphabet, controladora do Google, de 2,41%, segundo dados da Nasdaq.

Na terça-feira, 18, a Apple fechou em queda de 0,01%, mas as ações, segundo dados do Yahoo Finance, demonstram resiliência com um retorno de 6% em um mês. E os analistas enxergam um potencial de alta em meio à inovação contínua de produtos e ao otimismo em relação ao crescimento.

Sucesso dos iPhones

Um dos motivos para a Apple sorrir é a nova família de iPhones, anunciada em setembro deste ano. As vendas trimestrais do modelo bateram recordes, e, para a temporada de festas de final do ano, a previsão é ainda mais otimista: o CEO Tim Cook projeta um crescimento de receita de 10 a 12% e um aumento de dois dígitos nas vendas do iPhone, apesar dos desafios de fornecimento.

Composta pelos modelos iPhone 17, iPhone 17 Pro, iPhone 17 Pro Max e iPhone Air, a linha trouxe melhorias significativas em design e capacidades de câmera, além de novos recursos de software.

Produção vs. demanda

Os bons resultados não vieram sem desafios.

No último trimestre, o maior desafio da Apple foi atender à forte demanda pelo iPhone 17.

Embora a receita do iPhone tenha atingido US$ 49,03 bilhões no quarto trimestre fiscal de 2025, o número ficou ligeiramente abaixo das expectativas de Wall Street, que previam US$ 49,3 bilhões.

O desempenho foi parcialmente impactado pelas dificuldades de produção e pela falta de estoque de modelos-chave, como o iPhone 17 Pro Max, que teve uma demanda muito alta logo após o lançamento.

Uma solução na China

Até mesmo a China, que no balanço trimestral da Apple tinha parecido um problema, parece estar perto de atingir um equilíbrio para a empresa.

Segundo a Counterpoint Research, a Apple conquistou 25% do mercado de smartphones na China em outubro, impulsionada pela demanda do iPhone 17. Por lá, as vendas de iPhones cresceram 37% no período, em base anual — atingindo um marco que não era atingido desde 2022.

Hora de atualizar no pós-pandemia

Ainda segundo a Counterpoint Research, o iPhone 17 superou a versão anterior, o iPhone 16, em 14% nas vendas durante os primeiros 10 dias de disponibilidade nos principais mercados, como os Estados Unidos e a China.

A pesquisa, divulgada em outubro, revelou também que o desempenho foi variado entre os diferentes modelos da linha. Na China, o iPhone 17 básico performou melhor, com um aumento de 31% nas vendas, superando o iPhone 16 no mesmo período.

Nos Estados Unidos, o modelo iPhone 17 Pro Max foi o mais procurado, apresentando uma demanda ainda maior que o iPhone 16 Pro Max.

A Counterpoint destacou que essa procura mais acelerada foi impulsionada pelo aumento dos subsídios das principais operadoras do país, como T-Mobile, Verizon e AT&T, que elevaram seus incentivos em cerca de US$ 100, tornando o modelo Pro Max mais acessível.

A pesquisa também apontou uma leve mudança na distribuição das vendas, com o iPhone 17 básico representando 22% das vendas, uma melhoria em relação aos 19% do iPhone 16.

Os modelos iPhone 17 Pro e Pro Max, por sua vez, continuaram a dominar as vendas, com 75%, mantendo-se praticamente estáveis em relação aos 76% registrados pela linha iPhone 16 Pro/Pro Max.

O novo iPhone Air, por outro lado, conquistou 3% das vendas, ligeiramente abaixo dos 4% do iPhone 16 Plus.

Ainda segundo a Counterpoint, uma parte significativa desse crescimento vem de consumidores que haviam comprado iPhones durante a pandemia de covid-19 e agora estão em seus ciclos naturais de atualização de dois a três anos.

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