Inteligência Artificial

AMD anuncia recompra de US$ 6 bilhões em ações; papéis da empresa subiram até 6,4% após o anúncio

Plano eleva para US$ 10 bilhões o total autorizado para recompras

 (Annabelle Chih/Bloomberg/Getty Images)

(Annabelle Chih/Bloomberg/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 14 de maio de 2025 às 16h02.

Última atualização em 14 de maio de 2025 às 16h05.

A fabricante de chips AMD anunciou nesta quarta-feira, 14, um novo programa de recompra de ações no valor de US$ 6 bilhões, em um movimento que busca reforçar a confiança do mercado mesmo diante de desempenho inferior ao de concorrentes no setor de inteligência artificial.

Com o novo plano, o valor total autorizado pela companhia para recompras chega a cerca de US$ 10 bilhões. O anúncio ocorre no momento em que as ações da AMD acumulam queda de mais de 6% em 2025, enquanto o índice Philadelphia Semiconductor (SOX) registra perda inferior a 1%.

A recompra também chega um dia após a AMD anunciar um acordo de US$ 10 bilhões com a startup Humain, parte de uma série de parcerias de empresas americanas com projetos de IA no Oriente Médio.

Desempenho abaixo de concorrentes e pressão por competitividade

Apesar de ser vista como principal rival da Nvidia no mercado de chips para IA, a AMD enfrenta desconfiança sobre sua capacidade de manter competitividade, especialmente diante do crescimento de soluções com processadores customizados e o domínio consolidado da concorrente.

Em 2024, as ações da AMD caíram 18%, enquanto as da Nvidia subiram mais de 170%. A Broadcom, fabricante de chips customizados para IA, viu seu valor de mercado dobrar no mesmo período. O índice de semicondutores subiu quase 20%.

No entanto, a geração de caixa livre da empresa no primeiro trimestre de 2025 caiu mais de 33%, somando US$ 727 milhões. A AMD encerrou o período com US$ 6,05 bilhões em caixa e equivalentes, frente a passivos circulantes de US$ 7,70 bilhões.

Setor de chips adota recompra como estratégia em meio à volatilidade

A AMD não está sozinha nessa estratégia: a Broadcom anunciou uma recompra de US$ 10 bilhões em abril, e a Qualcomm, voltada para chips de smartphones, lançou um programa de US$ 15 bilhões em novembro do ano passado.

A recompra de ações é uma ferramenta comum para sustentar o preço dos papéis em períodos de incerteza ou desaceleração. No caso da AMD, o movimento tenta conter a pressão de investidores enquanto a empresa busca acelerar sua presença em mercados estratégicos de IA e enfrentar rivais mais bem posicionados.

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