Inteligência Artificial

80% dos brasileiros usam IA para pesquisa, diz estudo; desconfiança também cresce

Ainda dentro do estudo, 84% afirmam que continuarão com o Google para pesquisas diárias

As buscas por texto continuam dominando tanto em computadores quanto em dispositivos móveis (Getty Images)

As buscas por texto continuam dominando tanto em computadores quanto em dispositivos móveis (Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 23 de novembro de 2025 às 08h23.

Última atualização em 23 de novembro de 2025 às 08h25.

No Brasil, 8 em cada 10 pessoas utilizam alguma ferramenta de IA para realizar pesquisas. Pelo menos é isso que aponta a sexta edição do estudo State of Search Brasil, produzido pela agência Hedgehog Digital. Trata-se de um crescimento de 21% em relação ao mesmo período do ano passado.

Entre as ferramentas favoritas dos brasileiros, o ChatGPT, da OpenAI, segue disparado na liderança, com 82%, seguido por Gemini, do Google, (45%) e pela Meta AI (42%). 

Apesar da rápida ascensão, o uso vem acompanhado de cautela. A maioria das pessoas ainda mantém uma postura crítica em relação ao conteúdo gerado pela inteligência artificial. Mais de 90% das pessoas que responderam à pesquisa afirmam não confiar totalmente nas respostas fornecidas pelas ferramentas e 80% dizem checar as informações em outras fontes antes de usá-las.

Como os brasileiros fazem a busca?

As buscas por texto continuam dominando tanto em computadores quanto em dispositivos móveis, embora apresentem queda em relação aos anos anteriores. No desktop ou notebook, 87% dos usuários ainda digitam suas consultas, uma redução de 4 pontos percentuais, enquanto as buscas por imagem (12%) e por voz (8%) permanecem menos expressivas. 

Nos smartphones e tablets, o cenário é semelhante, mas com uma leve diferença de comportamento. As buscas por texto também lideram, com 84% das menções, queda de 4 pontos percentuais, seguidas pelas pesquisas por imagem (17%) e por voz (14%). 

Onde os brasileiros mais buscam?

O Google segue como o principal canal de buscas, com 84% das pesquisas realizadas por texto em computadores e 81% em smartphones, embora com uma queda de 4 e 6 pontos percentuais, respectivamente. A perda de relevância é mais expressiva nas buscas por voz no desktop, onde o índice caiu 19 pontos.

Já o YouTube continua como o segundo canal mais utilizado, especialmente em buscas de texto, mantendo presença importante tanto em notebooks quanto em dispositivos móveis. Já os sites de empresas e o Instagram tiveram leve retração, refletindo a migração gradual de parte dos usuários para canais de resposta mais direta.

O destaque fica para o crescimento do ChatGPT, que aparece como o quarto canal mais consultado. A ferramenta apresentou alta performance nas buscas por voz e texto, com ganhos de até 19 pontos percentuais no desktop e 18 no mobile. O WhatsApp também mostro avanço.

Ainda dentro do estudo, 84% afirmam que continuarão com o Google para pesquisas diárias. Já 82% disseram ter intenção de explorar inteligências artificiais como ChatGPT, Gemini e Microsoft Copilot.

Apenas 36% pretendem continuar usando o Google na mesma intensidade.

Sobre a pesquisa

Foram realizadas 4.157 entrevistas online com brasileiros a partir dos 16 anos, entre homens e mulheres de todas as regiões do país — Sudeste (47%), Nordeste (23%), Sul (15%), Centro-Oeste (8%) e Norte (7%). A coleta de dados ocorreu entre os dias 26 de junho e 14 de julho de 2025.

A amostra contemplou participantes de todas as classes sociais (A a E), com maior concentração nas classes C (37%) e D (31%). Entre os respondentes, 52% se identificam como mulheres e 48% como homens. A faixa etária ficou dividida entre 16 a 29 anos (42%), 30 a 49 anos (42%) e 50 anos ou mais (16%). O estudo, composto por 100 perguntas, teve nível de confiança de 95% e margem de erro de 1,5 ponto percentual.

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