Agência de notícias
Publicado em 12 de outubro de 2025 às 17h53.
O presidente francês, Emmanuel Macron, nomeou na noite deste domingo (12) o novo governo de seu primeiro-ministro de centro-direita, Sébastien Lecornu, no qual se destaca a entrada de funcionários com perfil técnico em meio a uma crise política.
Macron formou um novo governo apenas uma semana depois do anterior, que durou somente 14 horas. Embora Lecornu, de 39 anos, tenha renunciado na segunda-feira, o presidente renovou sua confiança nele na sexta-feira para que continuasse no cargo.Lecornu propôs ao presidente, para seu segundo gabinete de 34 membros, "uma mistura de sociedade civil com perfis experientes e jovens parlamentares", a fim de "fazer surgir novos rostos", segundo pessoas próximas a ele.
Entre as novidades estão a nomeação do prefeito de polícia de Paris, Laurent Nuñez, como ministro do Interior, e do chefe da companhia nacional de trens SNCF, Jean-Pierre Farandou, à frente do Ministério do Trabalho.
Nuñez substitui o conservador Bruno Retailleau, cujas críticas à composição do governo anterior precipitaram a renúncia de Lecornu e a crise da última semana.
Entre os novos ministros de perfil técnico também estão o alto funcionário Édouard Geffray (Educação Nacional) e a presidente da ONG ambientalista WWF, Monique Barbut (Transição Ecológica).
Do lado político, Lecornu mantém o chanceler Jean-Noël Barrot e o ministro da Economia, Roland Lescure, assim como figuras de peso como Gérald Darmanin (Justiça) e Rachida Dati (Cultura). A ministra Catherine Vautrin assume a Defesa.
A incógnita é se o novo governo conseguirá superar a moção de censura no Parlamento, que já derrubou em menos de um ano os predecessores de Lecornu: o conservador Michel Barnier e o centrista François Bayrou.
Marine Le Pen, de extrema direita, e seus aliados ameaçaram apresentar uma moção de censura, assim como a oposição de esquerda, com exceção dos socialistas, que preferem aguardar primeiro o discurso de política geral de Lecornu.
A principal missão do novo governo será apresentar rapidamente um orçamento para 2026 que obtenha maioria na Assembleia e permita equilibrar as contas públicas, cujo nível de endividamento alcançou em junho 115,6% do PIB.