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'Hoje começa a construção da Argentina grande', diz Milei após vitória

Na disputa para a Câmara dos Deputados, com 91,5% dos votos apurados, o partido de Milei somava 40,84% dos votos, garantindo 64 assentos

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 26 de outubro de 2025 às 22h57.

Última atualização em 26 de outubro de 2025 às 23h07.

Após os resultados das eleições legislativas da Argentina atestarem uma vitória do partido A Liberdade Avança (LLA), o presidente Javier Milei afirmou que este domingo foi um dia histórico para o país. Em meio a centenas de apoiadores, Milei esteve no hotel Libertador, reunido com aliados, onde realizou seu discurso.

“O povo argentino decidiu deixar para trás 100 anos de decadência, para seguir o caminho da liberdade, do progresso e do crescimento”, disse o presidente.

Milei também exaltou a cédula única, usada pela primeira vez nesta eleição, dizendo que ela foi um sucesso em todo o país. "Hoje foi um dia histórico. `Passamos por um momento decisivo: a construção de uma grande Argentina começou", comemorou.

"Quero agradecer a todos que votaram em nós. O Chefe de Gabinete Guillermo Francos e, especialmente, Patricia Bullrich e Luis Petri", disse Milei. O presidente afirmou que, com a vitória, seu governo passou do “ponto crucial” para continuar com as reformas estruturais.

"Agradecemos ao ex-chanceler, porque ele conseguiu algo inédito na história argentina [o acordo com os Estados Unidos] e hoje será representado pelo colosso Pablo Quirno", disse ele. Geraldo Werthein renunciou dias antes da eleição, e Quirno foi nomeado em seu lugar.

A dança das cadeiras

Na disputa para a Câmara dos Deputados, com 91,5% dos votos apurados, o partido de Milei somava 40,84% dos votos, garantindo 64 assentos. O Fuerza Patria, de oposição e peronista, somava 24,5% dos votos, que garantem 31 assentos. O LLA também está à frente na província de Buenos Aires, a mais populosa do país e um reduto peronista histórico, o que dá ainda mais peso à vitória.

Milei foi eleito com cerca de 40% dos votos para presidente. Assim, ficar abaixo desse percentual indicaria que Milei perdeu apoio popular, segundo analistas. Pesquisas indicam que 40% dos argentinos aprovam a gestão do presidente.

O resultado deverá dar impulso para Milei aprovar mais reformas e recuperar a força para a segunda metade de seu mandato, após meses em que o governo viveu uma série de crises.

No pleito atual, serão renovados 127 assentos da Câmara, de um total de 257, e 24 dos 72 senadores.

Para cravar uma vitória, o governo Milei precisaria conquistar ao menos um terço dos votos no Congresso, ou cerca de 85 de 257. Este é o total necessário para impedir a derrubada de vetos presidenciais e conseguir o avanço de algumas medidas. Atualmente, ele tem 38 assentos.

Reformas mais amplas, no entanto, demandam 129 assentos, ou metade mais um. Para elas, Milei terá de fazer acordos com outros partidos.

Choque na economia

Ainda no meio de seu mandato, Milei já tomou medidas duras para conter a inflação, que foi de 211% ao ano para cerca de 30%.

Entre as ações, houve um grande corte de gastos públicos, demissões de funcionários públicos e o cancelamento de obras públicas, além do reajuste dos salários e aposentadorias em percentual menor do que antes.

Além disso, houve uma abertura às importações, o que reduziu os empregos em alguns setores, e as taxas de juros foram elevadas para frear o consumo. Neste cenário, o PIB do país teve um encolhimento de 0,1% no segundo trimestre deste ano.

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