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Stablecoins serão protagonistas do futuro das finanças?

As stablecoins oferecem um oceano azul de possibilidades e disrupção nos modelos de negócios financeiros

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 18 de maio de 2025 às 11h04.

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Por Bruno Maia*

Se há um killer use case para a adoção massiva das criptomoedas no cenário atual, com certeza o candidato ideal são as stablecoins. Criadas como uma forma de unir a estabilidade de ativos tradicionais com a segurança e facilidades de transação do blockchain, as stablecoins têm sido a porta de entrada para diversas categorias de investidores, avessos às flutuações das outras criptomoedas.

Os dados não mentem. Em 2024, o número de usuários ativos passou de 19,6 milhões para 30 milhões, que transferiram US$ 35 trilhões no período, superando o volume processado pela Visa.

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Apesar de todo o potencial de mudança da tecnologia blockchain, podendo se tornar a próxima grande revolução do mundo financeiro, existem empecilhos que dificultam este avanço. Em especial as questões regulatórias, que geram discussões sobre os limites dos governos nos aspectos de privacidade, segurança e controle financeiro, com o adicional de que o ideal para um sistema sem fronteiras de verdade seria um consenso regulatório entre os países.

Além dos entraves regulatórios, que apresentam desafios típicos de novos paradigmas, temos ainda o campo a ser explorado e potenciais sinergias a serem descobertas sobre a coexistência entre stablecoins e as CBDCs (moedas digitais emitidas por bancos centrais e governos).

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Finalmente, dada a natureza pública e descentralizada do blockchain e as possíveis vulnerabilidades dos contratos inteligentes usados para interagir com ela, as futuras leis e regulações deverão também contemplar quais tipos de proteções e garantias esses novos protocolos devem fornecer aos usuários, atribuindo responsabilidades e obrigacões às DAOs ou empresas centralizadoras destas stablecoins.

Stablecoins como protagonistas da próxima revolução financeira

As stablecoins oferecem um oceano azul de possibilidades e disrupção nos modelos de negócios financeiros, não apenas pela viabilidade de conectar de forma confiável diversos produtos financeiros, tornando-os mais eficientes e rentáveis, mas também a possibilidade da tão sonhada globalização plena de serviços financeiros, onde a liquidez irá buscar, de forma segura e instantânea, oportunidades financeiras sem limitações geográficas.

A interconexão e programabilidade inerente às stablecoins podem levar a um novo estágio do sistema financeiro internacional.

Essa nova realidade não vai apenas oferecer acesso instantâneo ao capital (e pagamentos), mas também vai reduzir imensamente os custos financeiros de operação, preservando um alto nível de confiabilidade. Esse novo paradigma vai democratizar e simplificar o acesso a serviços bancários e de investimento, criando mecanismos mais ágeis e inteligentes para que todos possam construir patrimônio e prosperar.

Contudo, para isso se tornar uma realidade e o mundo financeiro enfim mergulhar de cabeça neste novo momento histórico, é indispensável um movimento global de consenso das legislações e regulações, como já comentado. O Brasil está na vanguarda regulatória, com as iniciativas do Bacen e da CVM, contudo o poder legislativo tem que se apressar para criar um framework legal que permita às nossas autarquias buscar o melhor equilíbrio possível entre regulação e inovação.

Este equilíbrio, inclusive, é um dos maiores desafios legislativos para a popularização das tecnologias financeiras, já que sem segurança jurídica e previsibilidade não haverá adoção de players mais conservadores, como os ETFs de cripto já demonstraram, enquanto uma revisão do conceito de instituição financeira, governança e regulação da tokenização é indispensável, por exemplo, para a legalização das DAOs controladoras de stablecoins 100% descentralizadas.

Com regras claras e projetadas para resolver o “trilema das stablecoins”, projetos inovadores poderão operar com maior previsibilidade jurídica, atraindo investimentos e promovendo soluções técnicas mais seguras e eficientes.

Finalmente, a regulamentação pode incentivar a interoperabilidade entre diferentes plataformas, promovendo a eficiência sem comprometer a segurança e abrindo caminho para stablecoins mais resilientes, confiáveis e integradas ao ecossistema financeiro global.

Além do Brasil temos União Européia, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, e agora com a nova administração Trump, os Estados Unidos disputando a liderança na inovação deste setor, com diversas correntes regulatórias disputando o protagonismo do mercado mundial, com a questão das CBDCs sendo um dos principais pontos de disputa.

Embora existam controvérsias, a adoção de CBDCs pelos países, a mesma pode representar um excelente complemento às stablecoins lançadas por entidade privadas ou por organizações autônomas descentralizadas (DAOs) abrindo mercados para que DAOs, fintechs, bancos tradicionais e novos players disputem a atenção dos investidores e dos clientes empresariais ao oferecer facilidades como taxas menores,acesso a investimentos exclusivos e recompensas.

Os próximos anos definitivamente serão de muita novidade,pois as placas tectônicas do sistema financeiro mundial estão enfim se movendo, e não seria surpreendente ver neste novo paradigma novas empresas surgindo como estrelas do sistema financeiro internacional.

A novidade é que, além da dança das cadeiras pelo domínio do mercado, tem-se a expectativa de que, enfim, a tecnologia blockchain e as stablecoins assumam o protagonismo na evolução do sistema financeiro, trazendo oportunidades de negócios de forma mais eficiente, justa e inclusiva.

*Bruno Maia é head de ecosystem growth da Cartesi.

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