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Criptomoedas: corretora Coins.xyz chegou ao Brasil (Coinsxyz/Divulgação/Divulgação)
Editor do Future of Money
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 17h42.
Uma corretora de criptomoedas focada em pagamentos, não em investimentos. A proposta pode parecer estranha, mas é o coração da Coins.xyz, exchange lançada nas Filipinas e que avança em seu processo de expansão global. Agora, a empresa aterrissou no Brasil, e pretende ganhar espaço focando em casos de uso para criptomoedas.
É o que afirma Wei Zhou, CEO global da Coins.xyz e ex-CFO da Binance, em entrevista exclusiva à EXAME. Após anos por trás da maior corretora de criptomoedas do mundo, Zhou decidiu migrar para a Coins após entender que havia uma lacuna de mercado no segmento das corretoras.
"Trading é um universo pequeno, com algumas milhares de pessoas. O número de pessoas que realmente precisam de produtos financeiros é maior. E o de pessoas que precisam de produtos de pagamentos é muito maior. Eu acho que a beleza de ter uma exchange licenciada é que ela está conectada com a infraestrutura fiduciária para entregar qualquer um desses serviços", comenta.
Zhou destaca que "a maioria dos países já tem um sistema de pagamentos, como o Pix, mas esse sistema é algo muito interno, e sempre que o dinheiro sai ou entra do país, o sistema não funciona. O dinheiro não fica preso em um país, e sempre que vai para fora, é um caos completo em termos de eficiência, timing, tudo".
Ele ressalta que passou a carreira na Binance defendendo que a corretora desenvolvesse sempre sistemas de investimento a partir da moeda local do país em que atuava, mas isso passa pela complexidade de obter licenças locais. "E hoje, a maioria dos países ainda nem tem licença específica para cripto".
"Há uma oportunidade massiva para as corretoras entrarem na área de pagamentos. É a minha meta, o que quero construir e o que fiz nas Filipinas, onde temos licenças que nos permitem oferecer serviços de investimento, conversão cambial e pagamentos nacionais e internacionais. Nós temos esse know how e queremos levar para outros países", explica.
Mas, respeitando a essência das corretoras, a Coins.xyz também oferece produtos de investimento. "Se os clientes quiserem investir, temos esses produtos. Hoje, é um serviço quase de commodity, todos têm e não nos diferenciamos por isso".
E, quando o assunto é pagamentos, não há como fugir das stablecoins, criptomoedas pareadas a outros ativos, incluindo moedas como o dólar. Zhou avalia que as stablecoins são o "Wi-Fi" do dinheiro, permitindo conectar diferentes coisas e projetos. "Você pode usar em DeFi, em corretoras, para investir em projetos, para receber dinheiro".
O CEO da Coins.xyz comenta que os ativos têm muitas utilidades, mas também aponta um problema: "Até o próximo ano, cada empresa vai ter sua stablecoin e até o seu blockchain próprio, mas falta uma ponte para conectar tudo isso". O problema atinge, inclusive, stablecoins específicas, já que é comum que os ativos sejam emitidos em blockchains diferentes.
"O papel da corretora é mais que venda e compra, é sobre conectividade. Resolvemos esse problema para os nossos clientes nas Filipinas, e não vimos ninguém com essa mentalidade no Brasil", comenta.
Para o futuro, o executivo diz que "no próximo ano, teremos muitas stablecoins de dólar novas. E vai ter mais 20 blockchains. Vai ter ainda mais redes, ativos, criptomoedas, e todos têm o mesmo objetivo. Mas, no fim do dia, para o Brasil especificamente, 99% das pessoas ainda usarão o Pix para pagamentos, e quem precisar pagar para fora vai ter muito mais opções".
Por isso, Zhou quer posicionar a Coins.xyz como um "elemento central" na infraestrutura de pagamentos do futuro. Além disso, o executivo espera que o mercado enfrente seus ciclos naturais de expansão e explosão, com diversas stablecoins e blockchains dando errado ao longo dos próximos anos.
Mesmo assim, ele ressalta que a disseminação das stablecoins é essencial para o crescimento de todo o mercado cripto. "No último ciclo de mercado, nós literalmente ficamos sem dinheiro. Seja pela regulação, usuários que não entraram rapidamente ou, o que acho que aconteceu, pelo fato das stablecoins não estarem tão populares".
"Agora, com as stablecoins, estamos construindo uma infraestrutura para moedas fiduciárias melhor, capaz de aumentar o número de usuários em 10 vezes. Se chegarmos a 1 bilhão de usuários, todos os projetos que esperamos vão chegar ao mercado", projeta.
Para o CEO da Coins, o cenário será bastante diferente que no passado. "Antes, tínhamos muitos peixes em um aquário muito pequeno, e aí quase todos os peixes acabaram morrendo. Agora não teremos um aquário, teremos um tanque".
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