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Roberto Campos Neto, presidente do BC (Andressa Anholete/Bloomberg via/Getty Images)
Editora do Future of Money
Publicado em 23 de setembro de 2025 às 16h23.
Última atualização em 23 de setembro de 2025 às 16h53.
Agora vice-chairman e chefe de políticas públicas no Nubank, Roberto Campos Neto mantém o viés inovador ao defender o uso de tecnologias disruptivas para transformar o universo das finanças. Durante participação no evento "Digital Assets Conference 2025", o ex-presidente do Banco Central defendeu que autoridades monetárias ao redor do mundo adotem as finanças descentralizadas (DeFi).
"Não dá para dizer que o governo está tratando muito bem as moedas nos últimos tempos. Os governos em geral, a gente está com o nível de dívida muito elevado, de dívida soberana muito elevado em vários lugares. Tem uma percepção de falta de habilidade, falta de condições de governos, de fazerem as dívidas em vários lugares, como aqui nos Estados Unidos. Acho que tem uma percepção que cada vez mais a gente vai precisar ver dinheiro programado", explicou.
Roberto Campos Neto afirmou que muitos bancos centrais ao redor do mundo ainda fazem um movimento de afastamento dos ativos digitais. O vice-chairman do Nubank e ex-presidente do Banco Central acredita que o contrário deveria ser feito pelas autoridades monetárias.
"E eu acho que a solução é fazer o contrário, e eu já defendo isso há muitos anos, fazer o contrário do que tem sido feito. É trazer o mundo mais para perto", disse Campos Neto, se referindo às novas tecnologias como blockchain e finanças descentralizadas (DeFi).
O ex-presidente do Banco Central e atual chefe de políticas públicas no Nubank relembrou previsões antigas, de 2020, em que acreditava que neste ano o mercado de tokenização já estaria mais avançado.
"A gente tinha de ter um nível de tokenização de ativos muito mais alto do que o que a gente tem. Então, eu acho que a parte de pagamento instantâneo foi mais rápido, a parte de ativos digitais foi até mais rápida de certa forma, mas a tokenização não foi tão rápida quanto eu imaginava", disse.
Apesar de reconhecer o erro, o executivo mantém o otimismo com a tecnologia.
"Na verdade, a gente vai entrar num período, assumindo que eu errei o time de cinco anos, mas acho que agora a gente vai entrar num período onde a tokenização vai se acelerar, ter alguns trabalhos sendo feitos nesse sentido. Eu acho que dependia muito da regulamentação", acrescentou.
No Nubank, Campos Neto estuda a integração de cartão de crédito ao "dólar digital".
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