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Digital generated image of data space. (Getty Images/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 10 de junho de 2025 às 13h00.
Última atualização em 10 de junho de 2025 às 14h17.
Nesta terça-feira, 10, a Dinamo Networks lançou durante a Febraban Tech 2025 um módulo de segurança de hardware (HSM, na sigla em inglês) com tecnologia de criptografia pós quântica (PQC) para proteger as finanças tradicionais e digitais da computação quântica, evolução da tecnologia que pode quebrar as criptografias atuais.
Prevista para estar disponível daqui 10 anos, a computação quântica deve mudar a tecnologia como conhecemos. Através de computadores superpotentes e algoritmos altamente elaborados, a computação quântica poderá quebrar criptografias atualmente utilizadas para proteger transações financeiras online ou de criptomoedas, por exemplo.
Além disso, a segurança cibernética de governos e grandes empresas estaria comprometida, de forma similar ao que ocorreu com a queda dos sistemas da CrowdStrike, que gerou um apagão global.
Por isso, a maioria das empresas e big techs já desenvolve soluções para a chamada “revolução pós-quântica”, a fim de não apenas garantir o desenvolvimento da tecnologia, mas também proteger os sistemas financeiros.
Com foco nas adequações exigidas pelo National Institute of Standards and Technology (NIST), bancos e instituições financeiras visam investimentos que possam ser resilientes às mudanças que se apresentam no âmbito da segurança por criptografia. No Brasil, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) está elaborando um Plano Nacional de Computação Quântica com investimento de R$ 5 bilhões até 2034.
Nesse sentido, o lançamento da Dinamo Networks ganha destaque nesta terça-feira, 10. Lançado na Febraban Tech 2025 com divulgação exclusiva à EXAME, o módulo de segurança de hardware com tecnologia de criptografia pós-quântica é o primeiro cuja performance atinge 23K ops/seg em assinaturas RSA e 10K ops/seg em assinaturas PQC, garantindo maior segurança na custódia e transações de criptoativos.
Segundo CEO da empresa, Marco Zanini, o mercado encontra-se voltado para uma fase de inventário, identificando chaves e fragilidades que devem ser substituídas e a Dinamo oferece uma camada extra de segurança – o barramento - para gerenciamento e centralização destas chaves.
“Isso é uma grande novidade porque foi um trabalho de pesquisa e desenvolvimento bastante intenso para os nossos times de engenharia. Eu acho que eles estão bastante orgulhosos que a gente conseguiu colocar uma nova tecnologia com alto desempenho à disposição dos nossos clientes, principalmente aqui no Brasil. Uma tecnologia 100% brasileira e que traz para as empresas brasileiras essa prontidão, para essas evoluções do mundo digital como um todo”, disse Jean Michel Guillot, executivo sênior em tecnologia e financeiro na Dinamo Networks, em entrevista exclusiva à EXAME.
“Criptografia é um tema que acontece desde a antiguidade, né? Acho que os primeiros traços de mensagem criptografada entre duas pessoas se comunicando, vem antes até dos romanos. É um tema que vem sempre evoluindo e é como se fosse um jogo de rato e gato, porque você tem temas, algoritmos criptográficos que supostamente começam a se fortalecer. Agora a gente está falando muito de um tema que é a computação quântica, que poderia quebrar a criptografia atual”, disse Guillot à EXAME.
“Muitas das criptografias que a gente usa hoje em dia, como RSA e curva elíptica, por exemplo, que é usada amplamente no mundo de blockchain e no mundo digital, não são consideradas seguras com essas novas tecnologias pós-quânticas. O nosso papel na Dinamo é fazer com que as empresas que consomem criptografia, que precisam ter ambientes ultra seguros, estejam preparadas”, explicou o especialista.
Pesquisas sobre computação quântica já evoluem, com destaque para o Google e o chip Willow, que resolveu em minutos um problema que os supercomputadores convencionais demorariam dez septilhões de anos para completar. Apesar disso, a computação quântica ainda não chegou de fato, segundo Guillot.
“Por exemplo, desde os anos 90 a gente tem o algoritmo de Shor, que já foi inventado, que permite essa fatorização. Só que a gente não tem o poder computacional para rodar esse algoritmo. E aí a gente está falando desses novos computadores que funcionam com uma tecnologia diferente. Eles não funcionam com bits, que é um ou zero, eles funcionam com qubits, justamente utilizando esse tema da física quântica. Isso de alguma forma permite você ter cálculos muito mais avançados, que poderia sim, com o avanço dela, conseguir quebrar alguns algoritmos atuais”, disse ele.
No entanto, os testes ainda são feitos através de provas de conceito (POCs) e ainda são muito iniciais, até mesmo no Google, explicou o especialista, que prevê a chegada da computação quântica para daqui 10 a 30 anos. “A gente tem tempo para se preparar”, concluiu.
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