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De tokens a soluções: transformando a infraestrutura para alcançar todo o potencial das stablecoins

No fim das contas, o objetivo não é apenas criar uma alternativa — é melhorar o próprio sistema.

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 9 de agosto de 2025 às 11h02.

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Por Imran Ahmad*

Durante anos, as stablecoins, criptomoedas que acompanham o valor de outros ativos, geralmente o dólar, existiram em uma zona cinzenta. Tanto do ponto de vista regulatório quanto financeiro, as stablecoins estiveram próximas ao sistema tradicional, mas nunca totalmente integradas a ele. Hoje, isso está começando a mudar.

Na América Latina e em outras regiões, as stablecoins deixaram de ser apenas uma ideia inovadora e passaram a ser utilizadas diariamente por empresas que enfrentam inflação, realizam pagamentos internacionais e lidam com o acesso limitado ao sistema bancário. No entanto, a adoção em larga escala não virá apenas do entusiasmo. Ela exige infraestrutura.

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Apesar dos avanços, a realidade é que a maioria das regiões, incluindo a América Latina, continua nos estágios iniciais de construção de uma economia baseada em stablecoins. E, embora o potencial seja enorme, os elementos necessários para que essas moedas funcionem plenamente, em escala, continuam pouco desenvolvidos.

O que precisamos agora não é de mais um token, mas sim de liquidez, interoperabilidade, ferramentas com padrão de câmbio (FX), integração com crédito e infraestrutura conectada ao mundo real.

Considere a questão da liquidez: na América Latina, começamos a ver a liquidez das stablecoins ser fornecida não apenas por players nativos do universo cripto, mas também por instituições financeiras tradicionais. Essa é uma mudança crucial e à medida que o valor das stablecoins se aproxima do das moedas fiduciárias, suas vantagens comparativas — liquidação mais rápida, taxas mais baixas, programabilidade — tornam-se ainda mais evidentes.

Quando os preços atingirem a paridade, as stablecoins deixarão de ser uma alternativa e se tornarão o padrão.
Mas mesmo a melhor taxa de câmbio com stablecoins não será suficiente se estiver isolada. As empresas precisam de soluções, não apenas de tokens.

No Brasil, por exemplo, as stablecoins sozinhas não resolvem as complexidades do comércio exterior. As companhias precisam de acesso a crédito, ferramentas de câmbio e integrações de pagamento — tudo funcionando de forma integrada com o ativo digital. As stablecoins devem evoluir de produto independente para componente essencial dentro de ofertas financeiras mais amplas.

Isso exige repensar como construímos e estruturamos o mercado, porque a fragmentação é uma ameaça real. Com o aumento do número de stablecoins atreladas ao dólar, o setor pode enfrentar ineficiências desnecessárias. Cada novo token exige seu próprio pool de liquidez, criando silos ao invés de escala.

Uma abordagem promissora é a criação de “cestas de dólares”, ativos compostos que concentram liquidez e unificam a precificação. Essas soluções são complexas, mas são fundamentais para a interoperabilidade e a resiliência de longo prazo.

Também precisamos reconhecer a mudança no modo como as empresas de stablecoins estão operando. As líderes nesse setor não vão agir como startups tradicionais, elas vão operar como firmas de trading. Terão mesas de liquidez, integração com sistemas de pagamento e atenderão a clientes institucionais com a mesma sofisticação de um grande banco. O futuro das stablecoins não está à margem — está no centro dos serviços financeiros, lado a lado com terminais Bloomberg e dashboards de câmbio.

No fim das contas, o objetivo não é apenas criar uma alternativa — é melhorar o próprio sistema. Quando uma grande empresa de energia latino-americana, como a Petrobras, começar a usar stablecoins para gerenciar operações comerciais, não como teste, mas como prática de rotina, saberemos que a transformação é real.

O momento é agora. O interesse está crescendo. Mas, para que as stablecoins cumpram sua promessa, é hora de construir a infraestrutura financeira que as torna viáveis — não apenas na teoria, mas em escala. O potencial de transformação na América Latina é tão imenso que líderes empresariais, reguladores, tomadores de decisão e formadores de opinião de todo o mundo se reunirão nos dias 27 e 28 de agosto, na Cidade do México, para a primeira Stablecoin Conference LatAm, a fim de debater as oportunidades e os desafios que podem revolucionar o cenário financeiro da região. É por meio desses diálogos e colaborações que vamos abrir caminho para o pleno potencial das stablecoins.

* Imran Ahmad é Gerente Geral da Bitso Business.

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