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De olho na altseason: erros que podem custar caro com criptomoedas

A possibilidade de uma temporada de altcoins exige atenção redobrada para multiplicar lucros e não prejuízos. Aprenda a diferenciar projetos sólidos de armadilhas

 (metamorworks/Getty Images)

(metamorworks/Getty Images)

FP
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 17 de maio de 2025 às 11h04.

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O otimismo global refletido na atual valorização bitcoin ganha eco na alta recente das criptomoedas alternativas, as chamadas altcoins.

Com a valorização do BTC acima dos US$ 104 mil — ainda que neste momento apresente uma leve retração, sendo negociado em torno de US$ 103.800 —, muitas altcoins acumulam desempenho positivo na semana. Algumas registraram altas expressivas, como o ether, que entre 7 e 14 de maio disparou cerca de 47%.

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Entre as criptos com maiores ganhos nos últimos 7 dias, estão memecoins como Dogwifhat (WIF), Dogecoin (DOGE) e Pepe (PEPE), além de projetos como Aave (AAVE), Four (FORM), Pi (PI) e Raydium (RAY).

A pergunta é:será que estamos diante de uma altseason?

A trégua comercial entre EUA e China, selada na Suíça, no último fim de semana, com cortes nas tarifas bilaterais, devolveu fôlego ao mercado.

O Índice de Medo e Ganância reflete esse clima: aponta para “ganância” e mostra que investidores estão mais dispostos a buscar retornos elevados, mesmo assumindo maior risco.

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E não tem problema nenhum querer tomar decisões mais ousadas para lucrar. A questão surge mesmo quando o investidor começa a não ter limites para especular.

Caso o apetite ao risco se mantenha e uma altseason esteja realmente a caminho, todo cuidado é pouco: muitos projetos podem parecer promissores, mas no fim das contas só querem o seu dinheiro.

Como saber que você pode estar entrando em uma furada? Leia a coluna até o final!

Temporada de altcoins

Para quem está começando na criptosfera, dá para reconhecer uma altseason a partir de 4 características principais:

1. Desempenho superior das altcoins

As criptos alternativas tendem a superar o bitcoin em ganhos percentuais, algumas, inclusive, de forma explosiva. Isso ocorre porque investidores buscam retornos mais altos depois de o bitcoin já ter se valorizado significativamente.

2. Migração de capital

Impulsionados por lucros no bitcoin e no ether, o capital é realocado para projetos menores, que têm menor capitalização de mercado e maior volatilidade. Isso cria uma espécie de "efeito dominó" de valorização, mesmo em projetos com fundamentos questionáveis.

3. Especulação e riscos

Na temporada de altcoins, os investidores acabam cedendo à especulação desenfreada e ao FOMO ("Fear of Missing Out"), com investidores se agarrando a toda e qualquer centelha de chance de ficar rico com a "próxima oportunidade imperdível". Isso atrai não só aventureiros, mas também golpes (scams), projetos inflados artificialmente (pump and dump) e tokens sem utilidade real.

4. Narrativas e hypes

Setores específicos (como DeFi, IA, memecoins) ganham atenção, alimentando ralis setoriais mesmo em projetos de ocasião e sem fundamentos técnicos sólidos.

Por tudo isso, é fundamental dedicar esforço a uma diligência estruturada para separar oportunidades reais de armadilhas.

O que fazer?

Atenção a esses 5 passos:

1. Investigue a presença digital

É importante que o projeto tenha uma presença digital forte — um site com informações transparentes e conteúdo bem organizado, e redes sociais ativas. Mas não se deixe enganar pela aparência profissional de um site: hoje, tecnologias avançadas e IA fazem com que até projetos fraudulentos aparentem ser legítimos. Uma dica é checar se o domínio foi registrado recentemente, um forte sinal de esquema.

2. Verifique a documentação

O documento oficial de um projeto é o whitepaper, uma espécie de manual estratégico. Cheque se ele descreve de forma clara a tecnologia que desenvolve, o problema que soluciona e o público-alvo.

Além disso, o material precisa indicar um roadmap com metas e prazos realistas e até explicar a arquitetura técnica de maneira transparente. Fique atento a documentos genéricos cheios de buzzwords e promessas mirabolantes, pois quase sempre são só fumaça.

3. Quem está por trás?

Veja se os desenvolvedores têm histórico consistente e comprovado na área do projeto, como, por exemplo, contribuições no GitHub ou perfis fortes no X (ex-Twitter) e LinkedIn. Fundadores anônimos ou que usam pseudônimos são motivo de alerta.

Se o projeto divulgar parcerias e apoiadores, sempre busque confirmar a validade da informação dada em fontes confiáveis. Golpistas podem alegar alianças com grandes empresas só para ganhar credibilidade.

4. Comunidade

A comunidade é o termômetro de qualquer projeto cripto. Ela está engajada em debates consistentes nas redes sociais? X, Discord e Telegram estão entre as mais populares entre a comunidade.

Observe se o time do projeto interage com os usuários e seguidores com frequência, responde dúvidas ou gera informações de qualidade sobre o projeto.

Fique atento ao engajamento artificial. Hoje, bots têm sido muito usados para inflar números de seguidores e criar uma falsa sensação de credibilidade.

Vale também acompanhar fóruns especializados, como o Bitcointalk, para ver o que usuários experientes estão dizendo sobre o projeto. Avaliações críticas nesses espaços costumam trazer pontos que o marketing oficial omite.

5. Métricas

Métricas on‑chain fundamentais

Market Cap: valor total dos tokens em circulação. Em projetos com baixa liquidez, esse número pode ser facilmente inflado pela volatilidade, gerando uma falsa percepção de robustez.

TVL (Valor Total Bloqueado): ativos travados em protocolos DeFi. Um TVL sólido sugere engajamento e liquidez, enquanto um TVL baixo indica adoção baixa.

FDV (Valor Totalmente Diluído): é a estimativa do valor de mercado da cripto caso todos os tokens previstos estivessem em circulação. FDVs muito altos podem sinalizar risco de diluição e pressão inflacionária no futuro.

Tokenomics

O tokenomics é a “economia do token”: descreve a lógica de criação, distribuição e uso dos tokens, definindo dinâmica de oferta, demanda e incentivos:

Oferta e distribuição: avaliar a quantidade total de tokens (max supply), o fornecimento em circulação (circulating supply) e entender qual é o plano de distribuição desses tokens entre equipe, investidores e comunidade.

Utilidade do token: identificar se o token tem funções claras no ecossistema, como governança, transações, acesso a serviços ou incentivos de participação.

Mecanismos de inflação e deflação: avaliar modelos de emissão e queima (retirada de circulação).

Governança: checar se detentores de tokens participam de decisões importantes, como votações de protocolos ou mudanças ativas no projeto — e se o sistema é claro e descentralizado.

Incentivos (staking e recompensas): verifique se existem programas que estimulam retenção e participação na rede.

Examine ainda reservas de tesouraria e políticas de reinvestimento de receitas no desenvolvimento do projeto.

Alerta vermelho

Tenha muito cuidado com:

Promessas de retorno garantido e de lucros altos em pouco tempo.

Marketing agressivo e inconsistente, com campanhas sensacionalistas que destacam só o lado positivo, ignoram os riscos e ainda envolvem influenciadores duvidosos.

Distribuição concentrada de tokens, ou seja, quando poucos controlam grande parte do supply, o risco de manipulação aumenta bastante.

Ausência de auditoria externa: tokens operam por meio de smart contracts, que executam regras automaticamente. Sem revisão de segurança por terceiros confiáveis, falhas no código podem levar a prejuízos.

Com este guia, você já estará mais preparado que a maioria para reconhecer oportunidades reais e evitar ciladas, especialmente quando o mercado estiver pegando fogo.

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