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Editora do Future of Money
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 10h54.
Última atualização em 13 de outubro de 2025 às 12h00.
Nesta segunda-feira, 13, o mercado de criptomoedas segue repercutindo os impactos do "Flash Crash" da última sexta-feira, 10. Pouco antes do final de semana, o anúncio de novas tarifas de 100% dos Estados Unidos contra a China gerou pânico no mercado, causando uma queda rápida, expressiva e generalizada para os ativos digitais.
Corretoras chegaram a apresentar problemas técnicos e a indisponibilidade de negociação. O dia marcou a maior liquidação do mercado de criptomoedas, tanto em termos absolutos quanto relativos, com US$ 19,15 milhões, superando o crash do Covid-19, o colapso da corretora FTX e outros acontecimentos marcantes do setor.
Após ter despencado para aproximadamente US$ 103 mil, o bitcoin sinaliza recuperação neste início de semana útil. A maior criptomoeda do mundo havia batido recordes de preço em US$ 126 mil apenas poucos dias antes do "Flash Crash".
No momento, o bitcoin é cotado a US$ 114.874, com alta de 3% nas últimas 24 horas, segundo dados do CoinMarketCap. Apesar disso, a criptomoeda ainda acumula queda de 7,7% nos últimos sete dias.
Em nota publicada no último domingo, 12, especialistas da 21Shares apontaram que o anúncio de Donald Trump ocorreu após o fechamento dos mercados financeiros tradicionais para o final de semana. Como funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, o mercado de criptomoedas foi "o único mercado ainda aberto para descoberta de preços", disse a nota, que analisou os impactos da queda em uma fase mais institucional para as criptomoedas do que nos últimos anos.
"Embora a queda percentual do preço do bitcoin esteja em linha com choques históricos e tenha levado o preço de volta ao patamar de duas semanas atrás, representou um movimento de três desvios-padrão em relação aos últimos três anos, durante os quais o ativo teve uma adoção institucional mais ampla. Além disso, o episódio representa o maior evento de liquidação forçada da história das criptomoedas, tanto em tamanho quanto em concentração de posições compradas", disseram os especialistas da 21Shares, uma das maiores gestoras de produtos de criptomoedas do mundo.
"A escala do movimento foi amplificada pela frágil liquidez nos mercados à vista e de derivativos. As carteiras de ordens estavam reduzidas no início do fim de semana, deixando os mercados especialmente vulneráveis a choques", acrescentaram.
"Apesar do tamanho recorde das liquidações, o impacto no preço foi moderado para os padrões históricos, com a queda do bitcoin menor do que a observada durante grandes eventos de desalavancagem anteriores. Os mercados estavam sendo negociados em máximas históricas apenas alguns dias antes, portanto, uma correção dessa magnitude não é totalmente inesperada", disse a nota publicada pela 21Shares no domingo, 12.
Para a gestora, a queda generalizada no mercado de criptomoedas pode ser saudável. Isso porque a nota aponta um "excesso especulativo" no setor, além de "fragilidades estruturais" que dizem respeito às plataformas centralizadas de negociação, ao invés das redes blockchain que servem como base para os ativos digitais.
"Embora os eventos da semana passada destaquem as fragilidades estruturais em curso — particularmente em alavancagem e infraestrutura centralizada —, eles também demonstram que as principais redes de blockchain permaneceram resilientes durante todo o período", disse a nota.
"No geral, vemos a liquidação como uma redefinição saudável, ainda que dolorosa, do excesso especulativo. À medida que a incerteza macro persiste, o dimensionamento disciplinado de posições e a diversificação entre produtos regulamentados continuam sendo essenciais", acrescentou.
"O mercado cripto passou por uma das semanas mais turbulentas de sua história recente, impulsionada principalmente por pressões macroeconômicas globais — em especial, a escalada das tensões comerciais entre EUA e China, intensificadas pelo anúncio de tarifas de 100% sobre produtos chineses e medidas agressivas envolvendo o comércio de terras raras. Esse cenário gerou um forte movimento de aversão ao risco, acelerando a desalavancagem e resultando em aproximadamente US$ 20 bilhões em liquidações em um único dia — um dos maiores volumes já registrados", explicou Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil.
"Esse efeito amplificou a pressão vendedora sobre bitcoin e ether, contribuindo para a queda acentuada observada no mercado. Do ponto de vista da Bitget, embora a volatilidade de curto prazo possa persistir — com o bitcoin testando potencialmente a faixa psicológica dos US$ 100 mil e o ether a região dos US$ 3.6 mil — essa correção cumpre um papel importante ao reduzir posições especulativas excessivamente alavancadas e criar condições mais saudáveis para um novo ciclo de acumulação", acrescentou.
"Atualmente, o bitcoin mostra sinais de estabilização em torno de US$ 113.7 mil, com resistência imediata na faixa dos US$ 115 mil–116.5 mil. Um fechamento diário consistente acima desse nível, especialmente acompanhado de fluxo robusto para ETFs à vista, poderia abrir espaço para um reteste dos US$ 125 mil. O suporte imediato está próximo dos US$ 108 mil, enquanto os US$ 100 mil representam um ponto crítico caso a pressão vendedora se intensifique", disse Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil.
"No curto prazo, é provável que o mercado consolide entre US$ 108 mil e US$ 116.5 mil enquanto digere os choques macroeconômicos recentes. Já no médio prazo, a perspectiva segue construtiva: projetamos o bitcoin retomando níveis em torno de US$ 130 mil e o ether alcançando US$ 4.8 mil, apoiados por fluxos institucionais sustentados por ETFs e DATs, além do crescente interesse global por ativos alternativos. Ainda assim, a volatilidade estrutural deve permanecer elevada em função do cenário político e econômico internacional", acrescentou o executivo.
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