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A pastel toned, multi-coloured image of two toned generic coin with Bitcoin symbol, arranged in a row, or chain along a curve against a multi coloured background. Denotes concept of block-chain and crypto-currency. With lots of copy space. (Getty Images/Reprodução)
Especialista em criptoativos
Publicado em 24 de maio de 2025 às 10h03.
Era euforia que todos esperavam? Ela finalmente apareceu. O bitcoin bateu esta semana um novo topo histórico, alcançando os US$ 111.970, de acordo com o CoinMarketCap.
Os ponteiros do Índice de Medo e Ganância avançaram à “Extrema Ganância”, nível de sentimento visto apenas na pernada de alta anterior (dezembro/janeiro). O apetite ao risco parece estar voltando com força.
O novo ATH (All Time High ou Máxima Histórica) do bitcoin é resultado de uma longa batalha da cripto por reconhecimento como ativo estratégico — e não mais especulativo. E desta vez o recorde de preço não teve como motor principal o interesse do varejo, como vimos nos ciclos de alta anteriores.
Adoção institucional: a aprovação dos ETFs spot de bitcoin no início de 2024 atraiu grandes volumes de capital institucional, com gestoras e fundos aderindo em massa à nova ferramenta de investimento regulamentada. Esta semana, apenas na quarta (21) e na quinta (22), os fluxos somados ultrapassaram US$ 1,5 bilhão, segundo dados do SoSo Value — com entradas de US$ 608 milhões e US$ 934 milhões, respectivamente.
Acredito que ainda temos alguma gordura para queimar.
Consigo ver o bitcoin buscando a faixa dos US$ 115 mil e, em um cenário mais otimista, os tão esperados US$ 150 mil.
Mas e as previsões de disparada para US$ 200 mil ou até US$ 250 mil — será que fazem sentido? Sinceramente, acho improvável. Sendo realista, esse ciclo já entregou muito.
Desde a retomada da confiança até os recordes de volume, passando pelas entradas expressivas nos ETFs, o bitcoin consolidou seu protagonismo.
Já vivi outros bull markets e, pela minha experiência, mesmo que ainda haja margem para valorização, o melhor agora é segurar a ansiedade — e encarar com cautela as projeções excessivamente otimistas.
Ainda assim, é natural ver o mercado dividido.
Uma das métricas mais úteis para avaliar se o bitcoin está sobrevalorizado é o MVRV (Market Value to Realized Value).
Ela compara o valor de mercado do bitcoin com seu valor realizado — isto é, o preço médio pelo qual os bitcoins em circulação foram adquiridos.
Na prática, o MVRV ajuda a identificar possíveis topos e fundos de mercado.
Na segunda-feira, 19, o índice marcou 2,33 — um nível elevado que, em ciclos anteriores, já indicava proximidade de topo.
Mais importante do que acertar o topo é estar bem posicionado.
Quem entrou cedo já colheu frutos. Agora, o foco deve ser proteger os ganhos e manter o emocional sob controle.
Para quem fez a lição de casa e capturou valor neste ciclo de alta, é hora de garantir que os lucros não escorram pelos dedos diante de possíveis correções bruscas.
Algumas estratégias, como o uso de opções e contratos futuros, exigem mais técnica, mas há ações simples que funcionam muito bem.
Aqui vão 4:
Defina com antecedência os níveis de preço nos quais pretende realizar parte dos ganhos — antes mesmo de o bitcoin alcançá-los.
Depois, vá escalonando as vendas à medida que a moeda sobe: por exemplo, vender 10% ao atingir US$ 115 mil, mais 20% em US$ 120 mil, e assim por diante.
As porcentagens e os preços-alvo devem ser definidos com base em dados, e alinhados aos seus objetivos de lucro e horizonte de investimento.
Ter essas metas claras desde já elimina a ansiedade do “será que vendo agora?” e garante a realização de lucros em diferentes patamares de alta.
Mesmo sem ferramentas avançadas, você pode proteger sua posição com ordens de stop-loss básico, ferramenta disponível em toda corretora. Funciona assim:
Você define um preço mínimo: por exemplo, 10% abaixo do seu preço de entrada.
Se o bitcoin recuar até esse nível, sua posição é vendida automaticamente, limitando perdas.
Isso traz tranquilidade, porque você não precisa ficar olhando o gráfico o tempo todo.
Depois de realizar parte dos lucros, evite deixar o dinheiro parado.
Considere diversificar em outros ativos cripto com potencial de valorização na altseason que está a caminho — ou até em outras classes de ativos, como imóveis, ações e commodities.
Se for rotacionar em altcoins, faça uma pesquisa aprofundada sobre os projetos mais sólidos e acompanhe as narrativas que vêm ganhando força neste ciclo.
Além disso, fique atento ao cenário macroeconômico, que pode gerar correções inesperadas e afetar todo o mercado.
Disciplina é a chave para não deixar a euforia mandar no seu bolso. Você pode criar um cronograma simples. Por exemplo:
Diário: acompanhe as notícias para se atualizar, mas sem ceder à paranoia de checar preços toda hora.
Semanal: reveja suas metas de preço e ajuste as suas ordens de stop-loss se achar necessário.
Mensal: faça uma avaliação do desempenho geral da carteira: que lucros já realizou, quanto ainda está em risco e se faz sentido realocar recursos.
Ter essas revisões mapeadas te afastam de decisões impulsivas e transforma a proteção dos seus ganhos em um hábito. Agora, mãos à obra!
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