Munich (Germany), 31/05/2025.- PSG captain Marquinhos lifts the trophy after the team won the UEFA Champions League final between Paris Saint-Germain and Internazionale Milano in Munich, Germany 31 May 2025. PSG won 5-0. (Liga de Campeones, Alemania) EFE/EPA/RONALD WITTEK (EFE)
Agência de Notícias
Publicado em 31 de maio de 2025 às 18h41.
Última atualização em 31 de maio de 2025 às 18h42.
Luis Enrique fez história neste sábado em Munique. Conquistou a primeira Champions League do PSG e completou a primeira tríplice coroa do futebol francês — a segunda da sua carreira — após destruir a Inter de Milão por 5 a 0 com uma exibição sem precedentes na Allianz Arena, com um time moldado ao seu estilo, que ele esculpiu até transformá-lo no rei da Europa em uma temporada memorável.
O PSG terminou ao som de “olés”. E não é para menos. Nunca na história de uma final de Liga dos Campeões ou da antiga Copa dos Campeões houve uma diferença de 5 gols. Gigantesca a façanha de Luis Enrique, que conseguiu o que o PSG não pôde com Messi, Neymar ou Mbappé. Novo rei da Europa. Arquiteto de um time temível, líder de um atropelo sem precedentes em uma partida desse nível. O PSG, em sua primeira conquista, vai direto ao Olimpo da Liga dos Campeões.
Ficaram para trás os meses iniciais de incerteza, quando o PSG esteve perto de ser eliminado ainda na fase de grupos. É como se não tivessem existido, como se não tivessem relação com o time que protagonizou uma partida perfeita na Allianz Arena, que anulou completamente a Inter e goleou numa final cujo placar poderia ter sido até mais elástico, tamanha a superioridade.
Luis Enrique anulou por completo Simone Inzaghi. Foi um banho tático do espanhol sobre o italiano, que ficou desnorteado à beira do campo diante da superioridade do PSG. Raramente os “nerazzurri” enfrentaram um domínio tão evidente. Correram atrás da bola. Defenderam-se recuados. Não conseguiram contra-atacar.
Foi um verdadeiro baile parisiense. Vitinha, Fabián e João Neves brincaram de esconde-esconde, de pega-pega em alguns momentos, contra um meio-campo tão experiente quanto o da Inter. William Pacho foi um muro contra Lautaro. Marquinhos, um líder diante de Thuram. Hakimi, incisivo. 'Kvara', um pesadelo pela ponta. Dembélé, uma alma livre que destruiu o sistema defensivo italiano e se credenciou claramente ao Bola de Ouro. E Doué, o executor.
O francês de 19 anos não demorou a decidir o jogo. Na verdade, foi Vitinha quem iniciou com um passe em profundidade digno dos grandes. Mas a frieza de Doué — protagonista de uma atuação histórica, eleito MVP, demonstrando uma maturidade absurda para sua idade — permitiu a Hakimi abrir o placar com o gol vazio. Fez isso justamente na baliza onde a torcida da Inter se concentrava. Ali, ele havia vencido um “Scudetto”. Pediu desculpas.
Foi o primeiro gol surgido pelo lado de Dimarco, que acabou exposto. Ele foi o ponto fraco da Inter e, somado à genialidade de Doué, sucumbiu. O francês voltou a brilhar oito minutos depois. Finalizou um contra-ataque quase “made in Inter”. O lance começou na linha de fundo defensiva, num ataque relâmpago e perfeito.
‘Kvara’ tocou em profundidade para Dembélé, que, em alta velocidade, viu a chegada de Doué. Inverteu o lado do ataque e o protagonista do jogo — um dos, ao menos — finalizou com um leve desvio de Dimarco, que traiu Sommer.
O PSG já era campeão. Por mais que a Inter tentasse reagir em bolas paradas, com cabeçadas de Thuram e Acerbi. O time italiano estava no chão. E não se levantaria mais. Pois, quando parecia que poderia ensaiar uma reação, logo no início do segundo tempo, veio a sentença.
Mais uma vez com Doué, que concluiu uma jogada de manual. Um toque de calcanhar de Dembélé para sair da pressão no meio. Passe de Vitinha. E finalização perfeita do ponta, já consolidado como realidade.
Era uma final insana. Um banho de proporções bíblicas. Um jogo para a história. Um título que já tinha dono desde os 20 minutos, mas que começou a ser celebrado de verdade aos 63, com o terceiro gol e a ovação recebida por Doué ao ser substituído logo após o gol.
Mas o time parisiense queria mais. Queria que sua primeira Champions ficasse marcada na história do futebol. E quem cuidou disso foi ‘Kvara’, que tinha um papel especial nesta final por causa do seu passado no Napoli, campeão de um Scudetto conquistado justamente sobre a Inter. O georgiano, com mais uma atuação espetacular em sua curta carreira, marcou o quarto gol sem piedade — um presente a todos os napolitanos.
E nem foi o último. O encerramento ficou a cargo de Mayulu, aos 87 minutos, autor de um gol que desencadeou a festa em Paris. O PSG, campeão da Europa. Vencedor merecidíssimo de sua primeira Champions. E Luis Enrique, autor de uma façanha gigantesca.
PSG 5 – Donnarumma; Hakimi, Marquinhos, Pacho, Nuno Mendes (Lucas Hernández, 78’); João Neves (Zaire-Emery, 84’), Vitinha, Fabián Ruiz (Mayulu, 84’); Doué (Barcola, 66’), Dembélé, Kvaratskhelia (Gonçalo Ramos, 84’).
Inter de Milão 0 – Sommer; Pavard (Bisseck, 54’) (Darmian, 62’), Acerbi, Bastoni; Dumfries, Barella, Calhanoglu (Asllani, 70’), Mkhitaryan (Carlos Augusto, 62’), Dimarco (Zalewski, 54’); Thuram, Lautaro Martínez.
Gols:
1–0, 12’: Hakimi
2–0, 20’: Doué
3–0, 63’: Doué
4–0, 73’: Kvaratskhelia
5–0, 87’: Mayulu
Árbitro: Istvan Kovacs (Romênia). Amarelou Doué (65’) e Hakimi (90’) pelo PSG; e Zalewski (56’), Inzaghi (técnico, 58’), Thuram (69’) e Acerbi (71’) pela Inter.
Público: Final da Liga dos Campeões disputada na Allianz Arena de Munique diante de aproximadamente 75 mil espectadores.