(Photo by DOUGLAS MAGNO / AFP)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 12 de agosto de 2025 às 11h55.
O futebol brasileiro enfrenta um cenário financeiro desafiador em 2025, marcado por elevados níveis de endividamento, especialmente entre os clubes que adotaram o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Esse modelo, que promete modernização e maior profissionalização, também traz consigo riscos financeiros significativos. De acordo com o estudo mais recente da Sportsvalue, quatro dos cinco times com maior dívida líquida no Brasil são SAFs.
Corinthians - R$ 1,902 Bilhão
O Corinthians lidera a lista com uma dívida líquida de R$ 1,902 bilhões. Apesar de não ser uma SAF, o clube apresenta uma estrutura financeira complexa e grandes investimentos, que geraram pressões para equilibrar receitas e dívidas.
Atlético-MG SAF - R$ 1,369 Bilhão
Embora o Atlético-MG tenha conseguido reduzir a dívida em 19% em relação a 2023, o clube ainda apresenta um alto nível de endividamento, superando R$ 1,3 bilhão. A SAF, embora estruturada, não conseguiu evitar os desafios financeiros.
Cruzeiro SAF - R$ 981 Milhões
A dívida líquida do Cruzeiro cresceu 66% em comparação com o ano anterior, ultrapassando a marca de R$ 980 milhões. Esse aumento é consequência dos pesados investimentos feitos para a reestruturação do clube após o rebaixamento e a busca por melhores resultados esportivos.
Vasco da Gama SAF - R$ 928,5 Milhões
Com uma dívida líquida de R$ 928,5 milhões, o Vasco também enfrenta desafios financeiros. O crescimento de 24% em relação a 2023 reflete os processos de modernização e a busca por reforços para o elenco.
Botafogo SAF - R$ 884 Milhões
O Botafogo apresenta a quinta maior dívida líquida do Brasil, com um aumento de 291% em relação ao ano anterior. Esse aumento é devido principalmente aos investimentos em contratações de jogadores e um fluxo financeiro complexo com o Lyon, clube francês pertencente à mesma holding.
Apesar de registrar uma receita recorde de R$ 720 milhões em 2024, o Botafogo encerrou o ano com um déficit operacional de cerca de R$ 300 milhões.
A dívida total ultrapassa R$ 1,1 bilhão, o que coloca o clube em uma posição financeira difícil. A disputa judicial entre os controladores da SAF também contribui para um cenário de incerteza, complicando a gestão financeira.
O modelo de Sociedade Anônima do Futebol apresenta vantagens e desvantagens para os clubes brasileiros. Por um lado, ele proporciona um aporte financeiro considerável e maior profissionalização na gestão.
Por outro, também impõe desafios, como o alto endividamento e a necessidade de uma gestão rigorosa para evitar crises financeiras futuras.
Além dos clubes mencionados, outros times como Bahia SAF (R$ 821 milhões), São Paulo (R$ 852 milhões) e Internacional (R$ 834 milhões) também apresentam dívidas consideráveis.
Embora algumas SAFs tenham conseguido reduzir as dívidas, como o Palmeiras, outras continuam enfrentando aumentos acentuados, o que reflete a instabilidade financeira presente no futebol nacional.
Esse cenário evidencia a complexidade da gestão financeira no futebol brasileiro. Embora os clubes busquem inovações na gestão e atraiam novos investidores, o equilíbrio entre receita, dívida e investimento ainda é um grande desafio.
O futuro financeiro dos clubes dependerá da capacidade de gerenciar finanças de forma mais sustentável, sem sacrificar a competitividade.