Treino de Lagree: o diferencial do método está no uso de máquinas próprias, criadas para potencializar os exercício
Redatora
Publicado em 19 de setembro de 2025 às 11h36.
As práticas de baixo impacto ganharam espaço entre os jovens que buscam alternativas à musculação — e agora um novo nome começa a aparecer nas conversas fitness: o Lagree.
Criado em 2006 em Los Angeles pelo empresário Sebastien Lagree, o método promete treinos rápidos, de alta intensidade, mas sem sobrecarregar articulações. Nos Estados Unidos, o programa é febre há anos: ocupa o primeiro lugar no ranking de atividades físicas da ClassPass, plataforma de aulas de bem-estar, e está presente em mais de 800 estúdios no mundo.
Na descrição oficial, a promessa é direta: “um treino de corpo inteiro, que fortalece, firma e tonifica os músculos de forma rápida e segura”. A estreia no Brasil aconteceu apenas em 2025, com a inauguração de um estúdio em São Paulo, na Nux House, zona sul da cidade.
Por ora, é a única unidade do país — mas a expectativa é de expansão, caso a modalidade consiga conquistar público além dos curiosos que já migraram do pilates para outras tendências.
O diferencial do método está no uso de equipamentos exclusivos. Conhecidos como MicroFormers, eles são uma evolução das máquinas criadas por Lagree nos anos 2000, semelhantes ao Reformer clássico do pilates, mas adaptadas para exercícios mais intensos. Hoje, já existem versões portáteis, pensadas para quem quer levar a prática em viagens.
As aulas têm, em média, 20 minutos — contra sessões mais longas do pilates tradicional. Segundo Lagree, a ideia foi criar “um método que proporcionasse resultados imediatos e duradouros, sem os efeitos colaterais dos treinos de alto impacto”. O marketing oficial chega a prometer ativação de até 600 músculos ao mesmo tempo.
Apesar das semelhanças com o pilates, o Lagree insiste em se diferenciar. Enquanto o pilates se apoia em sete princípios clássicos — respiração, concentração e controle, entre eles —, o novo método adota os chamados “Oito Efetivos”: Forma, Amplitude de Movimento, Ritmo, Duração, Sequência, Transição, Tensão e Plano de Movimento.
A demora de quase duas décadas para o Lagree desembarcar no Brasil tem explicação simples: custo. Cada máquina pode custar de US$ 990 a US$ 3.990 ao ano, dependendo do modelo, e montar um estúdio com 20 aparelhos MicroFormers exige investimento de US$ 12.000 a US$ 40.000 (cerca de R$ 63,6 mil a R$ 212 mil na cotação atual).
As taxas de importação, que adicionam de 20% a 40% ao valor, tornam a conta ainda mais pesada. Por isso, o Lagree cresceu em mercados como Estados Unidos, Espanha, Arábia Saudita e Japão, mas demorou para chegar ao Brasil.
Outro fator foi a hegemonia da musculação no país. De acordo com o Panorama Setorial Fitness Brasil, o número de academias saltou de 19.266, em 2014, para 56.833 em 2024 — movimento reforçado pela pandemia, quando o foco em saúde e condicionamento físico consolidou as grandes redes. Nesse cenário, o espaço para uma modalidade importada e de alto custo só se abriu agora.