A dívida líquida do Botafogo chegou a R$ 884,2 milhões, um aumento de 291% em relação a 2023 (Francois Nel/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 11 de agosto de 2025 às 18h47.
Última atualização em 11 de agosto de 2025 às 19h02.
O Botafogo divulgou seu balanço financeiro de 2024 com números que mostram o contraste entre desempenho dentro de campo e a sustentabilidade econômica. Campeão brasileiro e da Libertadores, o clube registrou receita de R$ 703,7 milhões, crescimento de 81% em relação a 2023 (R$ 389,2 milhões). No entanto, o resultado líquido foi prejuízo de R$ 300 milhões, o maior entre os clubes brasileiros no período, segundo dados da consultoria Sports Value.
O principal motor da receita foi o aumento nas premiações e direitos de transmissão, que passaram de R$ 153,6 milhões em 2023 para R$ 358,5 milhões em 2024, alta de 133%. Outros segmentos também apresentaram crescimento: o programa de sócio-torcedor teve aumento de 73%, bilheteria subiu 61%, e marketing cresceu 34%.
Com esse desempenho, o Botafogo, gerido por uma SAF, ficou na quinta posição entre os clubes com maiores receitas no país, atrás de Flamengo, Palmeiras, Corinthians e São Paulo.
Os custos com futebol somaram R$ 608,6 milhões, sendo R$ 372,4 milhões destinados a salários, imagem e gratificações. O clube também ocupa a quinta posição em gastos com futebol no Brasil. O déficit acumulado nos últimos três anos chega a R$ 601 milhões.
A análise da Sports Value mostra que as principais SAFs do país encerraram 2024 com prejuízos somados de R$ 1,3 bilhão.
A dívida líquida do Botafogo chegou a R$ 884,2 milhões, aumento de 291% em relação a 2023 (R$ 226,2 milhões). Esse crescimento foi impulsionado por investimentos em contratações e pela movimentação financeira com o Lyon, clube também pertencente ao Eagle Group, holding que controla o Botafogo.
No ranking de dívidas totais, o Botafogo aparece atrás apenas de Corinthians, Atlético-MG, Cruzeiro e Vasco da Gama.