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Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro (Bloomberg/Divulgação)
Colaboradora
Publicado em 5 de novembro de 2025 às 16h06.
Última atualização em 5 de novembro de 2025 às 16h08.
O segundo dia do Fórum de Líderes Mundiais da COP30 no Rio de Janeiro faz uma chamada para ação: um mutirão global pelo clima.
Mutirão é uma palavra muito presente no Museu de Arte Moderna, o MAM, onde acontece o evento. Mantido em português mesmo nos títulos em inglês, o termo com origem indígena representa o espírito que o Brasil quer imprimir à conferência: o de uma construção coletiva, diversa e enraizada nos territórios.
A proposta é transformar a COP30 em um processo vivo e colaborativo, que mobilize setores da sociedade e inspire novas formas de governança climática — mais justas, solidárias e diversas.
Os anúncios do evento celebram essa energia de colaboração: o Global Methane Hub anunciou um investimento de US$ 10 milhões para ajudar cidades da América Latina e do Caribe a reduzir metano dos resíduos.
A C40 e a ONU-Habitat lançam o novo Acelerador de Planejamento Urbano — um compromisso global para colocar clima e equidade no centro dos planos diretores das cidades. A iniciativa busca garantir que o desenvolvimento urbano seja mais compacto, conectado e em equilíbrio com a natureza. Trinta prefeitos de todo o mundo aderiram ao projeto, entre eles três brasileiros e nove da América Latina.
A C40 Cities Finance Facility anunciou ainda as 4 cidades do Sul Global que receberão apoio para transformar seus planos climáticos em projetos de infraestrutura prontos para financiamento. São planos de prevenção de enchentes em Belo Horizonte, uma nova rede de balsas de passageiros em Cartagena, ônibus elétricos movidos a energia solar em Rabat e projetos de regeneração verde em São Paulo.
No fechamento da sessão plenária Mutirão em Movimento: Cidades Liderando o Caminho para a COP30, o copresidente da C40 e Prefeito de Londres, Sadiq Khan, exaltou a onda coletiva de energia, entusiasmo e determinação. Em um momento de tomada de decisão, as cidades podem fazer a diferença.
“Em todo o mundo, políticos têm duas opções. Eles podem escolher uma economia verde ou podem escolher condenar nossas sociedades à desastrosa dependência de combustíveis fósseis. É uma escolha entre ar limpo ou mais poluição tóxica. Uma escolha entre proteger a natureza ou profaná-la. Entre segurança e prosperidade, ou caos climático e volatilidade. Estou convencido de que nossas cidades podem fazer a diferença para construir um futuro mais justo, seguro e brilhante para todos”, compartilhou o britânico.
Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, destacou em seu discurso o papel das cidades como força motriz da ação climática. Orgulhoso por sediar a maior Cúpula Mundial de Prefeitos já realizada, Paes celebrou o crescimento da rede C40 e o impacto coletivo de suas iniciativas. “As cidades da C40 estão reduzindo as emissões per capita cinco vezes mais rápido do que a média global — e a maioria tem conseguido cortar emissões ano após ano”, afirmou.
O prefeito ressaltou ainda que a rede já gerou mais de 21 milhões de empregos verdes e implementou mais de 200 mil ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Para ele, a liderança local tem um papel decisivo na transformação das COPs — de espaços de negociação para arenas de entrega concreta.
“Pedimos maior inclusão de cidades e governos subnacionais no processo da COP — não como convidados, mas como verdadeiros parceiros”, disse. “A liderança local está pronta para se juntar a vocês em um verdadeiro mutirão global — trabalhando lado a lado para transformar ambição em ação e promessas em progresso.”