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Pará deve inaugurar primeira fábrica de reciclagem de PET em larga escala durante a COP30

Investimento de R$ 20 milhões da Cirklo com a Solar Coca-Cola irá reciclar até mil toneladas de garrafas por mês e fortalecer cooperativas de catadores na Amazônia

A unidade em Ananindeua já tem a estrutura concluída e está na etapa de instalação dos equipamentos, com início de operação previsto para novembro (Marcio nagano/Divulgação)

A unidade em Ananindeua já tem a estrutura concluída e está na etapa de instalação dos equipamentos, com início de operação previsto para novembro (Marcio nagano/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 6 de outubro de 2025 às 17h32.

Última atualização em 6 de outubro de 2025 às 17h35.

A Amazônia está prestes a ganhar um novo protagonismo em economia circular com a inauguração da primeira fábrica de reciclagem de PET em alta escala no Pará, com previsão de inauguração no próximo mês e em meio à grande conferência do clima da ONU (COP30). 

A iniciativa está em fase final de obras em Ananindeua, região metropolitana de Belém, e é fruto de uma parceria entre a Cirklo, maior recicladora do material no Brasil, e a Solar Coca-Cola, fabricante do Sistema Coca-Cola Brasil, por meio de um investimento de R$ 20 milhões.

Após entrar em operação em novembro, a expectativa é processar até mil toneladas de PET mensalmente. Segundo as empresas idealizadoras, o objetivo é movimentar a economia local e fortalecer cooperativas de catadores na região Norte.

O modelo da nova unidade aposta na logística reversa. As garrafas PET coletadas por cooperativas e comerciantes locais serão triadas e processadas no próprio estado do Pará, se transformando em flocos de PET reciclado.

Esse material seguirá então para outras unidades da Cirklo especializadas em granulação, onde será convertido em matéria-prima para a produção de novas embalagens 100% recicladas.

Já a Solar Coca-Cola será responsável por fornecer parte significativa do volume de garrafas destinadas à unidade, criando um sistema em que produtos descartados retornem à cadeia produtiva de forma sustentável.

"Esta é nossa quarta unidade industrial e deve gerar inicialmente mais de 60 empregos diretos, além de impulsionar toda a cadeia de coleta e reciclagem, beneficiando cooperativas, catadores e agentes ambientais", disse Irineu Bueno Barbosa Júnior, CEO da Cirklo.

Impacto socioambiental e preparação para a COP30

Às vésperas da COP30, a gigante de bebidas reforça seu compromisso de alcançar a neutralidade em plástico ainda em 2025, retirando do mercado o mesmo volume que coloca em circulação através de suas embalagens.

A companhia destaca sua atuação no fortalecimento da cadeia de reciclagem no Pará, incluindo a formalização de cooperativas, melhorias na gestão, avanços na infraestrutura e criação de condições mais seguras de trabalho para os catadores.

Desde 2021, já destinou cerca de 50 mil toneladas de PET para reciclagem -- sendo 16 mil toneladas somente em 2024.

"Nossa meta é expandir esse impacto com a nova planta da Cirklo em Ananindeua", destacou Fabio Acerbi, diretor de Relações Externas da Solar Coca-Cola.

A Cirklo, resultado da fusão entre as empresas Green PCR e Global PET, possui mais de 25 anos de experiência no setor. Em 2024, processou mais de 3 bilhões de garrafas PET e projeta crescimento nos próximos anos.

Com plantas já estabelecidas no Sudeste e Nordeste, a nova unidade no Pará marca a expansão estratégica rumo à região Norte, "inserindo a Amazônia em um ciclo virtuoso de desenvolvimento que combina preservação ambiental, geração de renda e inclusão produtiva".

"Acreditamos no poder transformador da colaboração. Esta fábrica simboliza uma nova etapa na gestão de resíduos e no desenvolvimento socioeconômico local", finalizou Gustavo Biscassi, diretor de relações corporativas Cone Sul na Coca-Cola América Latina.

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