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O fenômeno que está cobrindo as praias nos EUA de azul – e o que ele revela sobre o clima

O aumento das temperaturas no oceano tem levado ao encalhe em massa das velellas nas praias da Califórnia. Entenda as implicações desse fenômeno marinho

 (Ryan Hodnett/Wikimedia Commons)

(Ryan Hodnett/Wikimedia Commons)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 14 de maio de 2025 às 14h16.

“Pareciam diamantes espalhados pela areia!”. É assim que a fotógrafa Emily Scher descreve o que viu durante uma visita a praias da Califórnia, que desde abril amanhecem cobertas por criaturas azuis brilhantes.

Trata-se das velella velella, também conhecidas como velejadoras do vento, um cnidário predador que surpreendeu internautas pelo seu aparecimento em massa na costa americana. Apesar da beleza, esse fenômeno trouxe discussões sobre os efeitos das mudanças climáticas nos ecossistemas marinhos.

Os vídeos surpreendem: apesar do pequeno tamanho, de apenas 10 centímetros, as velejadoras cobriram parte da faixa de areia da praia, colorindo a costa com tons de azul, verde e roxo. Em uma publicação em sua rede social, Scher afirmou que é a primeira vez que vê essa quantidade de cnidários de uma única vez na praia.

Mudanças climáticas

Segundo um estudo da Universidade de Washington, as mudanças climáticas podem ter uma influência na maior frequência do encalhe dessas criaturas: com o aumento das temperaturas nas águas superficiais do mar, ocorrem mais casos de aparecimento em massa das velejadoras.

Velella Velella, pequeno cnidário de coloração azul ou roxa, foi visto em massa na costa da Califórnia (Robin Wilson/Wikimedia Commons)

A pesquisa, que avaliou a presença de diversos grupos de velella velella ao longo das décadas, afirma que em anos mais quentes ocorrem mais casos de encalhe desses seres.

Conheça as Velella Velella

Apesar do formato estranho e da cor inusitada, as velejadoras do vento são inofensivas aos seres humanos, podendo apenas causar irritação se entrar em contato com os olhos.

As velella velella não possuem capacidade de natação e dependem das correntes marítimas para se movimentar. Durante a primavera, quando os ventos costeiros mudam de direção, essas criaturas flutuantes são impulsionadas para a costa.

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À medida que as correntes as empurram, elas acabam presas na areia, onde perdem a aparência vibrante e se desintegram em fragmentos secos. Esse fenômeno em massa é típico dessa estação, com o movimento das águas e os ventos desempenhando papel fundamental no encalhe.

Elas são da mesma família da caravela-portuguesa, um animal similar à água-viva que causa queimaduras caso algo encoste em seus tentáculos – que podem chegar a 50 metros de comprimento.

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