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Incêndios reduzem estoque de carbono na Amazônia e Cerrado em até 68%, diz estudo

Segundo pesquisa publicada na revista ‘Forest Ecology and Management’, queimadas recorrentes ainda impactam a capacidade de mitigação das mudanças climáticas

Em áreas de Cerrado, por exemplo, é permitido desmatar até 80% do território (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil/Agência Brasil)

Em áreas de Cerrado, por exemplo, é permitido desmatar até 80% do território (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil/Agência Brasil)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 16h42.

Última atualização em 18 de dezembro de 2024 às 17h04.

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Um novo estudo publicado na revista Forest Ecology and Management traz um alerta preocupante sobre o futuro da Amazônia. Pesquisadores brasileiros constataram que as queimadas recorrentes estão transformando a composição da maior floresta tropical do planeta, reduzindo drasticamente sua capacidade de estocar carbono e mitigar as mudanças climáticas.

A pesquisa, conduzida por especialistas da Universidade Federal Rural da Amazônia e a Estadual do Mato Grosso, analisou 14 áreas florestais na região do Arco do Desmatamento, nas divisas entre Amazonas, Pará e Mato Grosso.

Os resultados revelam um cenário crítico: em áreas com múltiplos incêndios, o estoque de carbono caiu cerca de 68% em comparação com áreas preservadas.

"Não está ocorrendo um processo de savanização, mas de secundarização", explica Fernando Elias, principal pesquisador do estudo. “As espécies florestais estão diminuindo, resultando em uma floresta com menos estoque de carbono, menor densidade arbórea e composição florística mais pobre.”

Queimadas na Amazônia

O estudo destaca a urgência de políticas públicas para preservação do bioma. Segundo Ben Hur Marimon, um dos autores da pesquisa, caso não sejam aplicadas imediatamente políticas de prevenção e combate aos incêndios, "perderemos nossa floresta muito mais rápido do que imaginávamos, com consequências devastadoras para o clima".

A região estudada é vulnerável devido ao clima seco, a intensas atividades agropecuárias e ao avanço das mudanças climáticas. Um dos problemas identificados é a lacuna legislativa: em áreas de Cerrado, por exemplo, é permitido desmatar até 80% do território.

Para especialistas, o estudo não apenas expõe os impactos imediatos dos incêndios, mas também lança um alerta sobre a possível propagação desse processo degradacional para outras regiões da Amazônia nos próximos anos.

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