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Ibama suspende fase de exploração do pré-sal da Petrobras por falta de ações climáticas

Projeto de quase R$ 200 bilhões envolve a instalação de 10 plataformas no pré-sal na Bacia de Santos

Suspensão coloca o Brasil em uma posição sensível a poucos meses da COP30, que ocorrerá em Belém (makhnach/Freepik)

Suspensão coloca o Brasil em uma posição sensível a poucos meses da COP30, que ocorrerá em Belém (makhnach/Freepik)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 17 de julho de 2025 às 14h00.

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O Ibama impediu que uma nova etapa na exploração do pré-sal na Bacia de Santos inicie até que a Petrobras apresente um programa de ações contra mudanças climáticas.

As informações, obtidas pela Folha de S. Paulo, apontam que o instituto ambiental avaliou que as ações de mitigação climática adotadas pela petroleira não são suficientes para a atual crise ambiental.

A 4ª fase do projeto de licenciamento ambiental, considerado o maior da história, representa também a fase mais importante do plano. Enquanto as primeiras três etapas concentraram investimentos de R$ 265,9 bilhões, a 4ª etapa sozinha vai ser responsável pelo montante de quase R$ 196 bilhões.

Metas ambientais

A resposta do Ibama emitida no início de julho exige que a Petrobras estabeleça um programa com metas claras em cinco áreas: transparência, monitoramento, compensação, mitigação e adaptação. A companhia não teria apresentado o plano, apresentando apenas as iniciativas já realizadas. Isso inclui a reinjeção de gás nos poços e a redução da queima de combustível.

O órgão destaca que as 10 plataformas que seriam instaladas nas próximas etapas do projeto vão liberar mais de 7,6 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano entre 2032 e 2042. Esse impacto representaria aproximadamente 43% das emissões de todas as usinas termelétricas fósseis do Brasil em 2023.

O Ibama considera que a autorização para novos projetos de exploração petrolífera, como o de Santos, só pode ocorrer se a Petrobras apresentar compromissos claros de compensação ambiental.

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A petroleira, por sua vez, argumenta que a exigência do instituto é inédita e não foi prevista no termo de referência original do licenciamento, levantando questões sobre um possível tratamento desigual em relação a outras empresas do setor de petróleo e gás.

Além de gerar um impasse para a Petrobras, essa suspensão coloca o Brasil em uma posição sensível a poucos meses da COP30, que ocorrerá em Belém. O País, que tenta se posicionar como um dos maiores investidores latino-americanos em novas fronteiras de petróleo, enfrenta o desafio de conciliar seu papel no setor com a imagem de potência mundial em bioenergia. A Petrobras já investiu mais de R$ 500 bilhões em novos projetos no pré-sal até 2029.

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