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A alta da inteligência artificial também deve influenciar a corrida por energia limpa e de baixo custo
Repórter de ESG
Publicado em 6 de novembro de 2025 às 12h27.
Pela primeira vez, o financiamento para a transição energética ultrapassou os US$ 2 trilhões. Uma pesquisa da BloombergNEF, área da Bloomberg especializada na pesquisa energética, aponta que em 2024 o investimento em fontes limpas foi de US$ 2,083 trilhões, alta de 10,7% na comparação com 2023. A região que mais investiu foi a Ásia e Pacífico, com 21% de alta, seguido pelas Américas, com 7% de crescimento. Na Europa, Oriente Médio e África, o financiamento para a transição viu uma queda de 1,7%.
Boa parte desse trabalho vem sendo realizado por setores mais maduros na economia, como energia renovável, armazenamento de energia, transporte eletrificado e redes elétricas. Essas indústrias representaram 93% do investimento total em 2024, de US$ 1.929 bilhões, e cresceram 14,7% nos recursos direcionados. Já os setores em crescimento, como indústrias limpas, aquecimento por eletricidade, transporte marítimo limpo, hidrogênio, captura e armazenamento de carbono e energia nuclear, representaram apenas 7% do investimento total (US$ 154 bilhões em 2024). No entanto, o investimento nesses setores caiu 23% em relação ao ano anterior.
“O que eu mais ouço quando viajo o mundo falando de transição é: ‘Onde está a transição?’. E a resposta é: ‘Em patamares diferentes’”, disse Jon Moore, diretor-executivo da BloombergNEF.
A competitividade entre as renováveis e outras fontes energéticas segue estável, uma vez que o custo por megawatt-hora é similar ao comparar fontes solares e eólicas a carvão e gás.
A China é líder mundial nas vendas de carros elétricos, cenário que deve se manter — e com sobra — para os próximos anos. Até 2035, o país deve representar 80% das vendas de automóveis elétricos do mundo, taxa hoje que já passa dos 50%. Em segundo lugar, está a Europa, seguido por Austrália, que pode garantir uma boa colocação nessa indústria em meio a ausência dos Estados Unidos.
O principal motivo para essa liderança chinesa são os baixos preços dos veículos elétricos na comparação com carros a combustão. Na China, os veículos elétricos chegam a ser 50% mais baratos do que na Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos.
Por conta desses dados, a pesquisa aponta que até o ano que vem, as vendas de carros elétricos na China devem superar as de todos os carros nos Estados Unidos, chegando a mais de 20 milhões de unidades comercializadas.Com a queda de 36% nos investimentos dos Estados Unidos em energias renováveis, o relatório avalia que o crescimento da energia limpa pode ser atrasado por conta das mudanças políticas e comerciais estabelecidas pelo país. A previsão é que, até 2035, o EUA tenha 100 GW de fontes renováveis.
A alta da inteligência artificial também deve influenciar a corrida por energia de baixo custo. De acordo com o estudo, em 10 anos, os data centers vão demandar uma porção energética similar aos veículos elétricos, ou seja, cerca de 300 terawatts-hora.
Até 2050, é esperado um aumento na demanda por energia global em 75%, influenciado pelos carros elétricos, sistemas de refrigeração e data centers. Isso representa mais de 45 mil terawatts-hora.