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Companhia afirma que é necessário agora realizar mudanças mais drásticas tanto no consumo quanto na produção de recursos (Veolia/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 26 de junho de 2025 às 17h21.
“Nos últimos anos, falávamos em transição, agora falamos de transformação ecológica. A transição já está acontecendo de forma gradativa, mas algumas mudanças precisam ser mais profundas, tanto na produção quanto no consumo", afirmou Lina Del Castillo, diretora de Marketing, Comunicação e Sustentabilidade da Veolia Brasil, em entrevista exclusiva à EXAME. Ela detalhou as ações da multinacional francesa voltadas para a transformação ecológica no Brasil, com foco em inovação e sustentabilidade, e enfatizou que a estratégia da Veolia se tornou ainda mais robusta com o aumento das metas globais de ESG.
Lina explica que, embora a transição já esteja em andamento, é necessário agora realizar mudanças mais drásticas tanto no consumo quanto na produção de recursos. Para isso, a empresa foca em três grandes pilares: descarbonização, despoluição e regeneração de recursos. Esses três desafios estão intimamente ligados à ideia de circularidade, que é central para os negócios da Veolia. "Queremos escalar soluções inovadoras sem deixar de lado nossos mercados clássicos e fortalezas. A ideia é melhorar e trazer novas respostas", explica.
A empresa, em seu planejamento estratégico, tem priorizado a inovação em tecnologias de água e na valorização de resíduos, especialmente os perigosos. Em muitos casos, resíduos que antes eram descartados sem valor agora são tratados e transformados em recursos importantes, como energia e matérias-primas para outras indústrias. Um exemplo claro dessa abordagem é a atuação da Veolia nos EcoParques, que além de contribuir para a redução de CO2, também geram energia renovável a partir da captura de metano em aterros sanitários.
Lina também destaca que, ao olhar para os próximos anos, a Veolia está trabalhando para atingir metas de descarbonização ambiciosas, tanto internamente quanto para seus clientes. A empresa visa reduzir até 18 milhões de toneladas de CO2 até 2027 entre seus clientes, número que já está em 14 milhões. "Falamos de escopo 4, que trata de quantas toneladas ajudamos a reduzir dos nossos parceiros", explica. Esse esforço está alinhado com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2050, com projetos de geração de energia limpa e outras fontes renováveis.
Em relação à gestão de resíduos, a Veolia investe em tecnologias que visam não apenas a redução do impacto ambiental, mas também a criação de novos modelos de valorização. A empresa está constantemente em busca de inovação, como no uso do biometano para gerar energia a partir dos resíduos orgânicos dos aterros. Esses projetos não apenas ajudam a reduzir a pegada de carbono, mas também contribuem para a circularidade dos processos industriais.
Além disso, Lina ressaltou a importância de adaptar soluções às diferentes realidades regionais do Brasil, dada sua enorme diversidade. Em estados como Santa Catarina, onde o tratamento de resíduos já está mais avançado, as soluções podem ser escaladas de maneira mais eficiente.
No entanto, em outras regiões, a empresa desenvolve soluções específicas para atender às necessidades locais, respeitando o contexto de cada área. "Criamos um programa de pesquisa e desenvolvimento para resíduos pós-industriais que busca unir indústrias para entender como o que é lixo de uma pode ser matéria-prima para outra, juntando quem precisa e produzindo material reciclado", conta Lina.
"Entendemos que para atender todos os stakeholders e criar valor para a sociedade como um todo, temos que pensar a estratégia da empresa a partir do ESG. É o que permite que sejamos úteis e tenhamos perenidade no negócio", conta.
Por fim, Lina conclui que a circularidade será um dos principais motores do futuro da Veolia, visto que oferece um modelo de negócios mais sustentável, capaz de gerar benefícios econômicos e ambientais. A empresa vê a circularidade como uma forma de garantir um futuro mais sustentável, integrando todos os seus processos, desde a gestão de resíduos até a geração de energia.