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No Rio Grande do Sul, os prejuízos de 2024 somaram R$ 14,5 bilhões (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Repórter de ESG
Publicado em 16 de maio de 2025 às 08h00.
Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios aponta que os desastres climáticos no Brasil causaram prejuízos de R$ 732,2 bilhões de 2013 a 2024. O valor inclui gastos com reconstrução e perdas materiais provocadas pela seca extrema, estiagem e chuvas intensas que afetam a maior parte do país.
Somente em 2024, o impacto financeiro dos desastres climáticos chegou a R$ 92,6 bilhões, sinal da intensificação dos eventos.
Entre 2013 e 2024, 95% dos municípios brasileiros foram atingidos ao menos uma vez por algum desastre natural, com 5.279 cidades afetadas e 70.361 registros oficiais de Situação de Emergência ou Estado de Calamidade Pública.
'Enterro' da geleira Yala no Nepal evidencia crise climática nas montanhasNo mesmo período, mais de 473 milhões de pessoas sofreram os efeitos dos desastres, incluindo 5 milhões de desalojados, 1 milhão de desabrigados e quase 3 mil mortes. Os prejuízos abrangem diversos setores, como saúde, educação, habitação, infraestrutura e agronegócio — responsável por 44,5% do total, com perdas que somam R$ 325,6 bilhões.
Além da agricultura, a pecuária teve um impacto de R$ 94,4 bilhões. Instalações públicas de saúde e sistemas de abastecimento de água também foram fortemente afetados, com prejuízos acumulados de R$ 86 bilhões e R$ 61,2 bilhões, respectivamente.
Obras de infraestrutura, habitação, transporte, comércio e indústria completam o quadro de perdas, refletindo o amplo alcance das emergências climáticas.
Os desastres relacionados à seca e estiagem concentram a maioria dos decretos de emergência, especialmente no Nordeste, onde estados como Paraíba, Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará lideram em número de registros.
A estiagem também tem aumentado na região Norte, impulsionada por eventos extremos como o El Niño de 2023/2024. Por outro lado, o Sul do país sofre principalmente com o excesso de chuvas.
Minas Gerais destaca-se como o estado com maior número de eventos extremos, respondendo por 14,3% dos registros nacionais, seguido por Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
No Rio Grande do Sul, os prejuízos de 2024 somaram R$ 14,5 bilhões, com a agricultura e a habitação sendo os setores mais afetados, representando R$ 5,6 bilhões e R$ 4,7 bilhões, respectivamente. Desde 2013, o estado acumula perdas de R$ 114,5 bilhões.
O levantamento da CNM revela uma escalada dos prejuízos nos últimos anos, com os gastos dos municípios crescendo quase 1.000% desde 2013, o que evidencia a urgência de medidas para adaptação e mitigação da emergência climática no Brasil.