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COP30: ONU cobra plano do Brasil para garantir segurança da conferência

Secretário relatou problemas de infraestrutura, como casos de falta de água nos banheiros

COP30 - Belem - PA 

Foto: Leandro Fonseca (Leandro Fonseca /Exame)

COP30 - Belem - PA Foto: Leandro Fonseca (Leandro Fonseca /Exame)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 20h15.

O secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, exigiu que o governo brasileiro apresente imediatamente um plano para corrigir falhas de segurança e problemas estruturais na COP30, realizada em Belém (PA).

Em carta enviada a autoridades brasileiras, Stiell criticou duramente a gestão do evento após uma invasão ao local da conferência na noite de terça-feira, quando cerca de 150 manifestantes danificaram propriedades e feriram seguranças.

Segundo o documento, as forças de segurança estavam presentes, mas não atuaram para conter os invasores. Stiell afirmou ainda que, na manhã seguinte, policiais não dispersaram outros manifestantes em área restrita, após orientação do gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que a Polícia Federal não interviesse.

O secretário apontou vulnerabilidades como portas sem proteção, efetivo insuficiente e falta de garantia de resposta das autoridades federais e estaduais, apesar dos acordos firmados com o Brasil. “Isso representa uma grave violação da estrutura de segurança estabelecida”, escreveu Stiell, alertando para “sérias preocupações” sobre o cumprimento das obrigações do país como anfitrião e presidente da COP30.

Além das questões de segurança, Stiell relatou problemas de infraestrutura, como altas temperaturas, ar-condicionado inoperante e casos de mal-estar entre delegados. As fortes chuvas também provocaram infiltrações no teto e nas luminárias, gerando riscos elétricos. O secretário pediu “intervenção imediata” para garantir o bem-estar dos participantes.

A escolha de Belém para sediar a conferência foi defendida por Lula como forma de destacar os impactos das mudanças climáticas na Amazônia, apesar das críticas sobre falta de hotéis e infraestrutura. As dificuldades logísticas já haviam levantado preocupações entre países em desenvolvimento e pequenas nações insulares, que temiam não conseguir enviar delegações completas.

Durante a cúpula, delegados enfrentaram falta de água nos banheiros, pavilhões inacabados, longas filas para alimentação e um sistema de pagamento com cartão pré-pago que só permite reembolso mediante apresentação de documento. Stiell também mencionou o desconforto entre países que investiram recursos para montar pavilhões e alugar escritórios, muitos deles em condições inadequadas ou inutilizáveis.

Leia a carta que a Casa Civil publicou rebatendo as críticas da ONU:

Leia a íntegra da resposta da Casa Civil

"A Casa Civil não esteve envolvida na tomada de decisão das forças de segurança pública referente aos protestos de 11 de novembro. A segurança interna da Blue Zone está a cargo da UNDSS, que define como serão protegidas todas as áreas em seu interior.

Destacamos que todas as solicitações da ONU têm sido atendidas e, ontem (12), os Governos Federal e Estadual, juntamente com o Departamento das Nações Unidas para Segurança e Proteção (UNDSS, na sigla em inglês), realizaram a reavaliação dos meios e quantitativos policiais para preservação dos perímetros de segurança Laranja e Vermelha da COP30 que também foram ampliados.

Reposicionamento e ampliação de forças:

•⁠ ⁠Ampliação do espaço intermediário entre as Zonas Azul e Verde para aumentar a prevenção de incidente semelhantes.

•⁠ ⁠Ação conjunta da Força Nacional e Polícia Federal nesse espaço.

•⁠ ⁠Fortalecimento do perímetro com instalação de gradis, barreiras metálicas e estruturas de contenção adicionais em pontos vulneráveis.

Climatização dos espaços:

•⁠ ⁠Instalação de novos aparelhos de ar-condicionado nas tendas.

•⁠ ⁠Unidades adicionais do modelo sprint nas salas com falhas de climatização.

Correção na estrutura:

•⁠ ⁠Não houve alagamento do local do evento, e sim ocorrências localizadas, como goteiras;

•⁠ ⁠Vazamentos foram causados por rompimento de calhas no Mídia Center e Posto de Saúde 2, que já foram prontamente reparados, com substituição e vedação das estruturas.

Todas as questões vêm sendo tratadas diariamente nos pontos de controle realizados em conjunto com a UNFCCC, garantindo a correção contínua de temas inerentes a um evento dessa dimensão."

Emissões globais de CO₂ devem bater recorde em 2025

O quarto dia de debates na COP30, em Belém, começou com uma previsão assustadora, mas que não chega a ser surpreendente. O mundo deve registrar em 2025 um novo recorde de emissões globais de CO₂ provenientes da queima de combustíveis fósseis. A análise alerta que pode se tornar impossível limitar o aquecimento global a 1,5°C.

O relatório Global Carbon Budget, divulgado anualmente, avalia as emissões de dióxido de carbono geradas pela queima de hidrocarbonetos, pela produção de cimento e pelo uso do solo — como o desmatamento —, relacionando esses dados aos limites definidos pelo Acordo de Paris, de 2015.

De acordo com a pesquisa, as emissões de CO₂ provenientes de combustíveis fósseis devem crescer 1,1% em 2025 na comparação com o ano anterior. As fontes renováveis, embora em expansão, não serão suficientes para compensar o aumento da demanda energética.

O estudo estima que as emissões de petróleo, gás e carvão subam neste ano, alcançando um recorde de 38,1 bilhões de toneladas de CO₂.

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