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Uma alternativa ao petróleo, este combustível é derivado de fontes renováveis ou resíduos biodegradáveis e é considerado peça-chave para reduzir a pegada de carbono da indústria de aviação (Thomas Jackson/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 13 de maio de 2025 às 17h16.
Última atualização em 13 de maio de 2025 às 17h18.
O Brasil é o país com maior potencial da América Latina para a produção de combustível de aviação sustentável (SAF), revelou um estudo inédito do do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) financiado pela LATAM e a Airbus.
Visando impulsionar a descarbonização do setor aéreo na região, a análise avaliou condições socioeconômicas, ambientais e políticas públicas de seis países latino-americanos: Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru -- e considerou tanto volume quanto a eficiência de custo.
Segundo a pesquisa, o potencial brasileiro em SAF está diretamente relacionado à vasta experiência do país em biocombustíveis, atividades agrícolas e à ampla disponibilidade de matérias-primas. O Brasil está bem posicionado para se tornar um importante produtor de combustível sustentável não apenas para o mercado doméstico, mas também para o latino-americano e global.
Uma alternativa ao petróleo, este combustível é derivado de fontes renováveis ou resíduos biodegradáveis e é considerado peça-chave para reduzir a pegada de carbono da indústria de aviação, responsável por até 3% das emissões globais.
Embora o SAF seja fundamental para a descarbonização do setor, seu custo é 2 a 3 vezes maior do que o combustível convencional proveniente de fontes fósseis altamente poluentes.
Atualmente, este representa 40% dos custos operacionais das companhias aéreas na região. O MIT alerta que sem colaboração governamental e políticas públicas adequadas, o uso de SAF poderá aumentar os custos das viagens, afetar a demanda por voos e comprometer a conectividade regional.
Um dos principais destaques é a importância da integração das abordagens de transição entre os países latino-americanos. Segundo o MIT, a ação traria benefícios significativos, como garantia da competitividade, economias de escala e redução do impacto na demanda de passageiros.
A colaboração regional permitiria que países com menor potencial de produção tivessem acesso a combustível com preços mais competitivos, enquanto abriria oportunidades de mercado para produtores de SAF, especialmente o Brasil.
Para viabilizar essa ação, seria necessária uma metodologia robusta de cadeia, como o sistema "Book and Claim" -- que permite separar o produto físico de seus atributos de sustentabilidade, possibilitando o comércio sem a necessidade de transporte físico do combustível entre os países.
Maria Elisa Curcio, diretora de Assuntos Corporativos, Regulatórios e Sustentabilidade da LATAM Brasil, destacou o papel crucial da aviação na região para a conectividade e desenvolvimento econômico e a necessidade de adotarmos soluções verdes como os SAFs.
"Se não traçarmos um caminho adequado, corremos o risco de elevar os custos e comprometer o desenvolvimento da nossa conectividade regional. Neste contexto, a integração se apresenta como uma alternativa chave para assegurar a transição para uma indústria mais sustentável", disse em nota.
Guillaume Gressin, Vice-Presidente de Internacional, Estratégia e Operações Comerciais da Airbus América Latina e Caribe, complementou que a integração dos países é crucial para garantir a competitividade e economia de escala.
"Na Airbus, estamos convencidos de que a colaboração conjunta é essencial para nos aproximarmos das metas de redução de emissões e para impulsionar uma indústria SAF que beneficie a todos."