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Brasil lança sistema de IA que monitora 100% da Amazônia pela primeira vez

Nova ferramenta do Deter permite fiscalização em tempo real de áreas que ficaram décadas sem monitoramento diário e promete fechar lacuna histórica na vigilância ambiental

A ferramenta identifica indícios de alteração da cobertura vegetal causados por desmatamento, mineração, queimadas e outras atividades irregulares em locais de vegetação nativa (Ibama/Divulgação)

A ferramenta identifica indícios de alteração da cobertura vegetal causados por desmatamento, mineração, queimadas e outras atividades irregulares em locais de vegetação nativa (Ibama/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 15 de setembro de 2025 às 18h00.

Última atualização em 15 de setembro de 2025 às 18h10.

No mesmo dia em que o Mapbiomas revelou que a Amazônia perdeu quase 50 milhões de hectares de florestas nas últimas quatro décadas, o governo brasileiro lança pela primeira vez um sistema de monitoramento diário com cobertura total do bioma para driblar o desmatamento.

A iniciativa "Deter Não Floresta (Deter NF)", desenvolvida em parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi anunciada nesta segunda-feira, 15, e promete fechar uma lacuna histórica na vigilância ambiental do país ao englobar novas áreas como savanas e campos. 

Até então, o atual sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) atuava exclusivamente na perda de florestas densas primárias e a limitação criava um "ponto cego" para os órgãos de fiscalização.

Segundo o governo, a nova ferramenta revoluciona o cenário ao incluir essas formações não florestais – que representam cerca de 20% do bioma amazônico e não eram contempladas.

Com a inclusão, o sistema Deter passa a cobrir 75% do território nacional, com planos de expansão para os biomas Mata Atlântica, Caatinga e Pampa.

"Onde antes tínhamos um vazio de informação diária, agora temos transparência e agilidade. Isso democratiza o acesso e fortalece imensamente a ação do estado", destacou em comunicado André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente.

Tecnologia de ponta e IA

Na prática, a inovação utiliza inteligência artificial e imagens de satélite para analisar diariamente todo o território amazônico e identifica indícios de alteração da cobertura vegetal causados por desmatamento, mineração, queimadas e outras atividades irregulares em locais de vegetação nativa.

Os alertas são disponibilizados gratuitamente na plataforma TerraBrasilis, visando a transparência dos dados.

Segundo Cláudio Almeida, coordenador do programa BiomasBR do Inpe, a ferramenta é resultado de anos de pesquisa.

"Aplicamos técnicas avançadas de processamento de imagens com métodos de aprendizagem por máquina para criar um sistema robusto e confiável que atende a uma necessidade urgente de proteção de todos os ecossistemas do bioma", explicou.

Primeiros resultados

Os dados de desmatamento divulgados pelo Inpe na sexta-feira, 12, mostram tendências diferentes de acordo com os sistemas de monitoramento.

Enquanto os alertas tradicionais do Deter Amazônia caíram 36,6% comparado a agosto de 2024, as áreas não florestais monitoradas pela nova ferramenta registraram aumento de 8%. Já o Cerrado teve redução de 27,3% nos alertas e o Pantanal diminuiu 16,8%.

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