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Repórter de ESG
Publicado em 22 de junho de 2025 às 15h42.
Aós 200 anos de ausência, quatro araras-canindé chegaram ao Parque Nacional da Tijuca esta semana, marcando o retorno da espécie ao Rio de Janeiro. As aves foram extintas da região devido à caça predatória.
Os animais, originários do tráfico ilegal, passaram um ano em recuperação em um parque de Aparecida, São Paulo. O veterinário Gerson Norberto explica que essas araras sofreram maus-tratos durante o processo de tráfico e foram treinadas para verificar se teriam condições de voar novamente.
Após o período de recuperação, as araras percorreram 280 quilômetros até o Rio de Janeiro em caixas de transporte que seguem padrões técnicos recomendados, conforme relatou a bióloga Lara Rezenti à Globo.
Entre as quatro aves, duas formam um casal, identificado como Fernanda e Selton. As outras duas fêmeas ainda não receberam nomes. Elas têm total capacidade reprodutiva e provavelmente conseguirão criar descendentes na floresta.
A reintrodução faz parte do Projeto Refauna, com apoio do ICMBio. As araras ficarão inicialmente em um viveiro no alto da floresta, onde passarão por um processo de adaptação ao ambiente local.
Marcelo Rheingantz, biólogo da UFRJ e diretor-executivo da Refauna, explica que as aves serão treinadas para reconhecer alimentos locais e desenvolver aversão ao contato com pessoas. Elas também precisam se acostumar com sons, temperatura, umidade e presença das outras espécies da região.
De Baku a Belém: em Bonn, Brasil lança roteiro para financiar clima e foca em ministros das finançasO Parque Nacional da Tijuca possui 39 mil quilômetros quadrados e oferece condições adequadas para a sobrevivência e reprodução da espécie. A soltura completa deve ocorrer em até seis meses.