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CPI do Crime Organizado busca respostas concretas em meio à polarização

Colegiado terá 120 dias para aprofundar reflexões sobre segurança pública e concluir investigação

Fabiano Contarato: aliado do governo, senador capixaba foi eleito presidente da CPI do Crime Organizado (Waldemir Barreto/Agência Senado)

Fabiano Contarato: aliado do governo, senador capixaba foi eleito presidente da CPI do Crime Organizado (Waldemir Barreto/Agência Senado)

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Publicado em 5 de novembro de 2025 às 21h30.

A operação policial realizada no Rio de Janeiro na última semana, e que mobilizou a opinião pública nos últimos dias, deve pautar o início dos debates da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai apurar a atuação do crime organizado no país. Instalado pelo Senado na última terça-feira, 4, o colegiado terá o desafio de equilibrar as investigações com a politização profusa do tema.

Sob a condução dos trabalhos estão os senadores Fabiano Contarato (PT-ES), presidente da comissão, e Alessandro Vieira (MDB-SE), escolhido como relator. À imprensa, os parlamentares fazem esforço para afastar a polarização e reafirmam o propósito de entregar respostas concretas à sociedade.

“O que não podemos é tornar essa CPI um palco político para discussão partidária, porque segurança pública não tem que ser uma pauta apenas de direita. Ela tem que ser uma pauta de todos nós”, afirmou Contarato na sessão de terça.

Apesar da tentativa, há forte tendência de que o clima eleitoral guie os trabalhos. Mesmo com vitória inicial do Planalto com a conquista da presidência da comissão, a base governista enfrentará uma “tropa de choque” formada por nomes alinhados ao bolsonarismo como Márcio Bittar (PL-AC); Marcos do Val (Podemos-ES); Flávio Bolsonaro (PL-RJ); Magno Malta (PL-ES); e Hamilton Mourão (Republicanos-RS), eleito vice-presidente da comissão. Os parlamentares são conhecidos pela atuação oposicionista nos debates da segurança pública.

Plano de trabalho

Logo após a eleição do colegiado, foram aprovados 11 requerimentos para a oitiva de governadores e seus respectivos secretários de segurança pública. Além disso, o relator afirmou que deseja ouvir juristas, especialistas, jornalistas investigativos e consultores em segurança pública.

Os senadores aprovaram requerimento para ouvir o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; o ministro da Defesa, José Múcio; além do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues; e o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Corrêa, entre outros representantes dos órgãos de segurança do governo federal.

“A segurança pública é uma atividade complexa, mas não tem segredo, desde que a gente tenha o espírito público suficiente para fazer o nosso trabalho [...] O que o Brasil enfrenta é a consequência de décadas de omissão e de corrupção”, disse Alessandro.

Outro ponto de atenção é o tempo de funcionamento da CPI, que terá duração de 120 dias, o que indica que a apresentação do relatório deve coincidir com o início do cronograma eleitoral de 2026, no primeiro semestre do próximo ano.  

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