Agência de notícias
Publicado em 5 de agosto de 2025 às 20h16.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, avaliou nesta terça-feira, 5 de agosto, que há chances de o café e a carne ficarem de fora ou não sofrerem tanto impacto da tarifa de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros.
Segundo ela, uma eventual exclusão desses itens da medida seria mais benéfica para os norte-americanos do que para o Brasil, devido à dificuldade de substituição no mercado internacional.
— Por interesse deles, a carne e o café, eles têm muito mais desvantagem que nós. O café, porque o do Vietnã, não é por questão de qualidade, é que o Vietnã também teve um problema de safra. A gente consegue reposicionar, ainda que não é amanhã, mas a curto prazo, esses dois produtos. A carne é virar uma chave, o frigorífico deixa de fazer o corte específico dos Estados Unidos. O boi é o mesmo, então ele só faz o corte específico para outros países — disse Tebet.
A ministra destacou que ainda pode haver alteração na lista de produtos atingidos, com possíveis exceções sendo anunciadas nos próximos dias.
— Pode ser que a gente tenha uma surpresa nos próximos dias, não precisa ser necessariamente amanhã — afirmou.
Tebet também esclareceu que, no momento, não há impacto fiscal relevante decorrente das medidas de apoio a setores afetados pelo tarifaço. Ela explicou que ações emergenciais como alongamento de prazos, períodos de carência, juros diferenciados e subsídio podem ser implementadas sem necessidade de grande aporte orçamentário, utilizando instrumentos de bancos públicos como o BNDES.
— Pode até ter algum impacto fiscal, mas as medidas prioritárias e mais emergenciais agora não necessariamente passam pelo fiscal. E aquilo que passar, a gente já teve uma experiência da pandemia: setores específicos que efetivamente precisam, juntam esses valores e mandam para o Congresso Nacional — completou.