O setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,4%) teve a maior influência positiva no mês de março (Wikimedia Commons)
Agência de notícias
Publicado em 7 de maio de 2025 às 12h06.
Última atualização em 7 de maio de 2025 às 14h40.
A produção industrial do Brasil cresceu 1,2% em março, após cinco meses consecutivos sem altas no setor. O resultado é o maior desde junho de 2024 e veio bem acima do esperado pelos analistas de mercado, que projetavam alta de 0,3% no mês. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) e foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira, 7.
Após o setor apresentar forte expansão em 2024, economistas passaram a projetar uma desaceleração da atividade econômica como um todo para este ano, inclusive em resposta à política monetária mais restritiva, com a alta nos juros. Já no final do ano passado, a atividade começou a perder o fôlego, com quedas de 0,2%, 0,7% e 0,3%, em outubro, novembro e dezembro, respectivamente. Em janeiro e fevereiro, a variação foi considerada nula.
No entanto, a produção industrial registrou alta expressiva em março. Segundo André Macedo, gerente da pesquisa, esse resultado reflete um dinamismo maior após cinco meses de ritmo reduzido, com setores importantes recuperando as perdas acumuladas em períodos anteriores.
"O maior ritmo verificado em março de 2025 foi caracterizado não só pela maior intensidade do resultado — o maior desde junho de 2024 (4,3%) —, mas também pelo perfil disseminado de taxas positivas — três das quatro grandes categorias econômicas e 16 das 25 atividades mostraram crescimento na produção", disse o pesquisador.
Neste mês, 16 dos 25 ramos industriais pesquisados tiveram expansão na produção. As principais atividades que puxaram o resultado do setor para cima foram coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,4%), além de indústrias extrativas (2,8%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (13,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (4,0%).
Já pelo lado negativo, nove atividades tiveram queda na produção. Entre elas, os recuos que tiveram mais impacto do resultado total foram produtos químicos (-2,1%), que eliminaram o avanço registrado no mês anterior, e produtos alimentícios (-0,7%), que voltaram a recuar depois de acumular expansão entre dezembro e fevereiro.