Economia

Número de doutores no Brasil aumentou 278% em 12 anos

Estudo divulgado hoje mostra que região sudeste ainda concentra 77% dos formados do país

Pesquisa apontou que 76,77% dos doutores estão na área de educação (Veja/SELMY YASSUDA)

Pesquisa apontou que 76,77% dos doutores estão na área de educação (Veja/SELMY YASSUDA)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Em 1996, 2.830 brasileiros obtiveram título de doutor. Este número cresceu progressivamente, passando para 10.705 em 2008, o que equivale a um aumento de 278% em 12 anos. Neste período, foram 87.063 pessoas tituladas. Nesses 12 anos houve um crescimento médio anual de 11,9%.

Os dados são resultado da publicação da pesquisa Doutores 2010: Estudos da Demografia da Base Técnico-Científica Brasileira, apresentada hoje (11) no Ministério de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, com dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), além de informações do Ministério do Trabalho. A pesquisa foi apresentada pelo presidente da Capes, Jorge Guimarães.

O estudo mostra um aumento na desconcentração dos cursos. O maior número de doutores foram titulados na Região Sudeste - 67.626 doutores, o que corresponde a 77,7% dos 87.063 dos titulados entre 1996 e 2008. Entretanto houve um crescimento nesse período na Região Nordeste de 2.487%. Em 2006 1,4% dos doutores estavam no Nordeste e em 2006 este número passou para 9,7%

O ministro Sergio Rezende anunciou, em entrevista, que, nas próximas semanas, será criado o Programa Nacional de Integração da Pós-Graduação (Pronip). O programa será uma ampliação do chamado "Casadinho", do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), criado em 2003, que associa o programa de uma região menos desenvolvida ao de uma mais desenvolvida, por meio do intercâmbio dos seus profissionais. O Pronip será uma parceria entre o CNPq e a Capes.

A pesquisa aponta que a maior parte dos doutores brasileiros estão empregados na educação (76,77%), seguido pela administração pública (11,06%), pelas atividades profissionais de ciência e tecnologia (3,78%) e pela saúde (3%)

Segundo Sergio Rezende, apesar de os cursos de pós-graduação no Brasil serem recentes, muito se avançou nos últimos anos. "O primeiro título de doutorado no Brasil foi há 40 anos, mas a maior parte dos doutores formados nos últimos 15 anos estão empregados. Grande parte está nas universidades, mas houve um aumento dos empregados nas indústrias de transformação", destacou o ministro.

Outro ponto destacado na pesquisa é o aumento do número de mulheres que obtiveram o título de doutor. No período entre 1996 e 2008, 43.228 homens e 42.424 mulheres concluíram o doutorado, mas após 2004 as mulheres deixaram de ser minoria e ultrapassaram os homens. Em 2008, 51,5% das teses concluídas foram de mulheres, enquanto que 48,5% foram de homens.

"Este é um avanço muito grande considerando que, no Japão, as mulheres representam apenas 25% dos doutores formados e na Bélgica, que é um país desenvolvido, corresponde a 33%", destacou o ministro de Ciência e Tecnologia.

(Matéria atualizada em 12/8, às 12h40)

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