Economia

Mesmo com governo contrário, senador do PT assina pedido para CPMI do INSS

Fabiano Contarato é até agora o único petista a apoiar a abertura da comissão de inquérito

Senador Fabiano Contarato (PT-ES) (Pedro França/Agência Senado)

Senador Fabiano Contarato (PT-ES) (Pedro França/Agência Senado)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 15 de maio de 2025 às 19h10.

Tudo sobreINSS
Saiba mais

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) decidiu nesta quinta-feira, 15, apoiar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar as fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

O parlamentar é o primeiro petista a assinar o requerimento para a criação da CPI mista, que reúne deputados e senadores. O partido está dividido entre tentar barrar a criação do colegiado ou apoiar abertura e garantir os principais cargos da comissão.

— Entendo que essa apuração é necessária em benefício da população mais vulnerável e todos aqueles que cometeram crimes devem pagar, independente de Governo. Aliás, é importante lembrar que as fraudes se dão desde 2019 e o governo anterior nada fez, mesmo tendo recebido denúncias. Com serenidade, entendo que o Congresso cumpre sua função fiscalizatória com a instalação da CPMI, em complementação ao trabalho já realizado pela CGU e pela Polícia Federal — declarou Contarato ao justificar o apoio.

Mais cedo, o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), disse que apoia a criação da CPMI. Apesar disso, o nome dele não consta entre as assinaturas que pedem a criação. Com o apoio de Contarato são 37 senadores e 223 deputados a favor da comissão. O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP), ainda não decidiu sobre a instalação da CPMI.

Mesmo com o apoio em parte do PT, o Palácio do Planalto se mantém contra a CPMI para evitar desgastes para o governo. A ala da base favorável à instalação argumenta que é necessária uma estratégia de contenção de danos e agir para ter a presidência e a relatora da CPI mista.

Um nome cotado para a relatoria é o da deputada Tabata Amaral (PSB-SP). Ela diz que “está disposta a assumir um papel relevante”, mas que não há definição sobre o cargo.

— Até o momento, não houve essa conversa diretamente comigo. A prioridade agora é garantir que a CPMI seja, de fato, instalada. Estou disposta a assumir um papel relevante na comissão, para garantir a independência da investigação. Essa não é uma pauta partidária.

O governo, por meio do Ministério da Previdência, está no centro de uma crise envolvendo descontos indevidos em aposentadorias no INSS. O escândalo tem desgastado o Palácio do Planalto nos últimos dias.

A operação "Sem Desconto", da Polícia Federal, apurou descontos irregulares feitos por associações que possuem convênios com o INSS. Segundo as investigações, esses grupos podem ter desviado mais de R$ 6 bilhões nos últimos seis anos. Além da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o período também abarca os governos de Jair Bolsonaro e Michel Temer.

A operação, que envolveu centenas de policiais e auditores, foi autorizada pela Justiça do Distrito Federal para combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. As investigações apontam que a soma dos valores descontados chega a R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024, mas ainda será apurado qual porcentagem foi feita de forma ilegal.

Acompanhe tudo sobre:Aposentadoria pelo INSSINSSPT – Partido dos TrabalhadoresGoverno Lula

Mais de Economia

Haddad elogia retirada do ressarcimento do INSS do arcabouço fiscal

Toffoli homologa acordo para ressarcir vítimas de fraudes do INSS

Câmara dos Deputados aprova urgência para apreciação de projeto que revisa benefícios fiscais

PF deve instaurar inquérito para investigar ataque hacker a instituições financeiras