Economia

IR: Fazenda admite perda de R$ 4,5 bi de municípios com isenção para rendas de até R$ 5 mil

Secretário da Receita diz que isenção deve impulsionar a arrecadação de outros tributos

O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas ( Edu Andrade/MPO)

O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas ( Edu Andrade/MPO)

Agência o Globo
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Publicado em 27 de maio de 2025 às 12h34.

Última atualização em 27 de maio de 2025 às 12h43.

O Ministério da Fazenda estima um impacto de R$ 4,5 bilhões na arrecadação de estados e municípios com o projeto que isenta o pagamento de Imposto de Renda (IR) para aqueles que ganham até R$ 5 mil por mês.

Os cálculos foram apresentados pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, durante participação em comissão da Câmara dos Deputados que analisa a isenção do IR.

Do total, a perda seria de:

  • R$ 3,01 bilhões para os municípios;
  • R$ 1,54 bilhão para os estados.

Segundo o secretário, apesar do impacto previsto com a isenção do IR, a medida deve impulsionar gastos na economia, e consequentemente a arrecadação dos estados e municípios.

— Quando alguém que ganha R$ 5 mil deixa de pagar qualquer imposto, esse valor volta para economia imediatamente, na compra de bens, na compra de serviços, o que se reflete em ISS e ICMS e vai refletir em IVA e IPS, diretamente para os cofres estaduais e municipais — disse o secretário.

O projeto que isenta o Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês foi apresentado pelo governo no início do ano. A medida, porém, precisa passar pelo Congresso Nacional e só entra em vigor em 2026.

A isenção até R$ 5 mil acaba beneficiando indiretamente faixas de renda um pouco acima disso, até cerca de R$ 7 mil, com alívio para 10 milhões de contribuintes.

Hoje, a faixa de isenção vai até 2.259,20. Mas há um desconto automático de R$ 564,80, de modo a garantir que fique isento quem ganha até R$ 2.824 (valor que era equivalente a dois salários mínimos no ano passado). Acima desse valor, há quatro faixas de tributação, que vão de 7,5% a 27,5%.

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