Economia

Governo propõe mais gastos com obras de prédios públicos

O valor é 3,3% superior ao previsto no projeto no projeto de lei do Orçamento deste ano, antes do contingenciamento promovido para garantir o cumprimento da meta fiscal

Durante o período eleitoral, ficam proibidas as campanhas institucionais dos governos estaduais e do federal (Ana Araújo/Veja)

Durante o período eleitoral, ficam proibidas as campanhas institucionais dos governos estaduais e do federal (Ana Araújo/Veja)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2011 às 20h12.

Brasília - Já pressionado pela elevação dos gastos públicos na esteira do novo salário mínimo, o Orçamento de 2012 propõe um aumento do valor destinado a reforma e construção de edifícios e instalações de órgãos públicos federais. São R$ 591,6 milhões para beneficiar o Executivo, a Câmara dos Deputados e o Tribunal de Contas da União.

O valor é 3,3% superior ao previsto no projeto no projeto de lei do Orçamento deste ano, antes do contingenciamento promovido para garantir o cumprimento da meta fiscal. Os dados não incluem as obras do Ministério da Educação, que são pulverizadas por dezenas de universidades, hospitais universitários e fundações.

No total, as despesas discricionárias do governo federal previstas no Orçamento somam R$ 188,4 bilhões, sem levar em conta os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento - alta de 10,8% ante o proposto no ano anterior. A projeção de alta das despesas correntes, que incluem o custeio da máquina pública, é de 12,6%, para R$ 763,68 bilhões.

Os Ministérios da Fazenda e da Justiça são os que mais destinam recursos para construção ou reforma de instalações de seus órgãos. A Fazenda projetou despesa de cerca de R$ 136,1 milhões, o que representa uma elevação de 42,6% em relação ao ano passado. O ministério prevê levantar um novo edifício em Brasília e unidades da pasta em Goiânia, Salvador, Curitiba, Vitória, Belém, Manaus, Porto Alegre, Recife e Belo Horizonte.


A Justiça programou gastos da ordem de R$ 155,7 milhões, mais de três vezes do que a previsão de R$ 50,5 milhões do ano passado. Esses recursos devem ser aplicados na construção das novas sedes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, além da aquisição de imóvel para a Defensoria Pública da União e novas superintendências da PF. O Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pela administração do Bolsa Família, destinou R$ 15 milhões à construção de um anexo na Esplanada dos Ministérios.

Mais gabinetes

A Câmara dos Deputados também quer construir mais um anexo e ampliar o edifício onde se concentram a maioria dos gabinetes parlamentares, além de dar continuidade às reformas dos apartamentos funcionais, numa despesa total estimada em R$ 111 milhões. E inovou também: destinou R$ 3 milhões para a construção de um centro de tecnologia, e outros R$ 3 milhões para um centro de armazenamento de materiais.

O Tribunal de Contas da União planeja gastar R$ 23,2 milhões com a reforma de suas instalações, além de unidades da secretaria de controle externo em Rondônia, Sergipe e Alagoas. O governo elevou a meta fiscal deste ano em R$ 10 bilhões, para cerca de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB), e já anunciou que pretende cumprir este ano um superávit primário de cerca de 3% do PIB.

Analistas do mercado financeiro, contudo, têm criticado o governo por elaborar o Orçamento do ano que vem baseado em dados econômicos excessivamente otimistas. A proposta orçamentária apostou em expansão econômica de 5%, bem acima da expansão de 3,84% prevista pelo mercado, de acordo com o relatório Focus elaborado pelo Banco Central.

As contas já sofrerão, no ano, pressão do reajuste do salário mínimo - de R$ 545 para R$ 619,21 -, com custo adicional de R$ 21,5 bilhões aos cofres públicos.

A receita primária total está estimada no Orçamento em R$ 1,09 trilhão. A arrecadação administrada pela Receita Federal deve crescer, segundo a projeção do governo, em 15,24%, para o equivalente de 15,6% do PIB.

Acompanhe tudo sobre:Governo DilmaInfraestruturaOrçamento federal

Mais de Economia

Milei afirma que Argentina está negociando novo empréstimo com o Tesouro dos Estados Unidos

Sindicato convoca assembleias regionais contra mudança no estatuto do IBGE

Operação Cadeia de Carbono ataca fraudes já estruturadas no país, diz ministro Fernando Haddad

Receita deflagra operação contra lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis