Economia

“Estamos colando na mesa um corte nas isenções fiscais”, diz presidente da Câmara

Segundo Hugo Motta, após a reunião com o governo neste domingo, 8, o colégio de líderes debaterá que propostas serão votadas

Pacote fiscal: presidente da Câmara criticou o atual estado das contas e da máquina públicas (Ian Rassari)

Pacote fiscal: presidente da Câmara criticou o atual estado das contas e da máquina públicas (Ian Rassari)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 7 de junho de 2025 às 11h49.

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Guarujá (SP)* O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou neste sábado, 7, durante palestra no Fórum Esfera, que o corte de isenções fiscais, estimadas pelo Ministério da Fazenda em R$ 800 bilhões em 2025, será debatido pelo Congresso.

“Estamos colando na mesa um corte nas isenções fiscais que não tem o mínimo de acompanhamento sobre o retorno e contrapartida que deve ser dada por quem recebe, que é a sociedade e a população”, disse Motta.

Motta se reunirá neste domingo, 8, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e com os líderes partidários do Congresso para que o governo apresente um pacote fiscal. Segundo ele, os líderes partidários se reunirão na sequência para definir as prioridades que serão votadas.

Desigualdade social

O presidente da Câmara também criticou o atual estado das contas e da máquina públicas.

“Temos uma máquina pública que engorda, enquanto o cidadão emagrece. E isso não é justo. O atual modelo de Estado virou uma espécie de grande costureira. A cada crise é um novo remendo no cobertor. Só que o fio está acabando. E se nada for feito, essa costureira morre — e leva o país junto”, disse.

Além disso, ele afirmou que o modelo fiscal brasileiro traz incerteza para o futuro do país.

“Temos um modelo fiscal que, ao invés de organizar o presente, transfere angústias para o futuro”, disse.

Além do corte de isenções, Motta defendeu que a reforma administrativa avance no Congresso. Segundo ele, o Estado brasileiro precisa de mais modernidade.

“Uma reforma que não é contra o serviço público — é a favor do Brasil. Porque nós acreditamos que o Estado precisa andar na velocidade da sociedade. E hoje, ele atrasa. Ele trava. Ele custa mais do que entrega. É hora de modernizar a máquina pública. É hora de abandonar a lógica da acomodação —e abraçar a lógica da transformação”, disse.

*O repórter viajou a convite do Esfera Brasil.

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