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Economia da Argentina cai 1,8% na comparação mensal — mas cresce 5,6% na variação anual

Índice que antecipa PIB do país governado por Javier Milei foi divulgado nesta quarta-feira, 21

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 21 de maio de 2025 às 17h52.

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A atividade econômica da Argentina registrou uma queda de 1,8% em março na comparação com fevereiro, após dez meses consecutivos de variações positivas, segundo dados oficiais divulgados nesta quarta-feira, 21.

O dado, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), que serve como um indicador preliminar para medir a variação trimestral do Produto Interno Bruto (PIB), mostra, no entanto, uma recuperação de 5,6% na comparação anual com março de 2024, a quinta alta consecutiva nesse recorte.

Contexto da queda e instabilidade cambial

A retração em relação a fevereiro reflete a incerteza gerada em março sobre uma possível mudança na política cambial da Argentina, que foi confirmada em abril com a assinatura de um novo acordo de facilidades estendidas entre o país e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Em um março marcado pela instabilidade derivada da incerteza em torno do futuro do regime cambial, com a queda do salário real, os indicadores de consumo, além dos índices de atividade industrial e construção, refletiram uma queda bastante generalizada”, destacou a consultoria LCG em relatório.

Março também foi marcado por um clima global mais tenso, com o aumento acelerado dos temores de uma guerra comercial mundial.

Desempenho dos setores econômicos

Além disso, no terceiro mês do ano, os diferentes setores econômicos da Argentina atuaram em um cenário de aceleração da inflação, que subiu 3,7% em relação a fevereiro e atingiu 55,9% na comparação anual.

Segundo o relatório divulgado nesta quarta, dez dos 16 setores avaliados apresentaram recuperação na comparação anual em março, entre eles os serviços financeiros (29,3%), a construção (9,9%) e o comércio (9,3%).

As maiores quedas anuais foram registradas nos serviços de eletricidade, gás e água (-4,3%) e em hotéis e restaurantes (-3,6%).

O relatório não traz dados sobre o desempenho mensal de cada setor, mas informações anteriores do Indec indicam que a atividade industrial caiu 4,5% em março na comparação com fevereiro, enquanto a construção recuou 4,1%.

Perspectivas e projeções

De acordo com a consultoria Orlando Ferreres, a queda da atividade econômica em março está ligada ao cenário de incerteza que predominou em março e início de abril, tanto no âmbito local quanto internacional, mas a situação deve se normalizar nos próximos meses.

“Nesse sentido, no curto prazo, devemos ver prevalecer fatores de crescimento, como a maior renda das famílias, o aumento dos investimentos produtivos e a desaceleração da inflação, que deverão impulsionar novamente a expansão da atividade”, afirmou a consultoria.

Segundo dados do Indec, a atividade econômica acumulou crescimento de 6,1% no primeiro trimestre do ano.

Em 2024, no contexto do rigoroso ajuste fiscal implementado pelo governo de Javier Milei, o PIB da Argentina caiu 1,7%, o pior desempenho desde 2020, quando a atividade despencou 9,9% em meio à pandemia de covid-19.

Economistas consultados mensalmente pelo Banco Central estimam que a economia argentina crescerá 5,1% em 2025.

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