Economia

Divergência leva ao cancelamento da primeira cúpula da Eurozona

A falta de acordo com a Alemanha para reforçar as medidas de resgate motivou o adiamento da reunião

De acordo com fontes diplomáticas, a reunião provavelmente será transferida para o fim de março
 (AFP)

De acordo com fontes diplomáticas, a reunião provavelmente será transferida para o fim de março (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2012 às 19h41.

Bruxelas - A primeira cúpula formal da zona do euro prevista para a próxima sexta-feira não ocorrerá pela falta de acordo com a Alemanha para reforçar as medidas de resgate, disseram nesta terça-feira à Agência Efe fontes diplomáticas.

A zona do euro espera resolver a questão em março e a decisão será tomada em outra reunião, possivelmente ministerial. Conforme os diplomatas, a cúpula do euro da sexta-feira não foi anulada porque não chegou a ser convocada formalmente.

Os líderes dos 17 países da moeda única pretendiam fazer a cúpula no fim da próxima reunião de chefes de Estado e Governo da União Europeia (quinta e sexta-feira desta semana).

Agora, os representantes dos países da zona do euro aproveitarão o primeiro dia da cúpula da UE para fazerem uma reunião curta na qual nomearão Herman van Rompuy como presidente das cúpulas do euro, explicaram as fontes.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, já reconheceu na segunda-feira que era pouco provável que os países da zona do euro conseguissem convencer a Alemanha até sexta-feira a aceitar o reforço dos dois mecanismos de resgate de países em dificuldades.

'Parece que não vai haver uma decisão nesse conselho', em parte porque a zona do euro está agora centrada na implementação do segundo resgate para a Grécia e alguns consideram, indicou Barroso, que é melhor tomar uma decisão quando tiverem uma 'visão mais clara' do resultado da participação dos bancos na troca de bônus.

'Espero, e tenho certeza de que será assim, que em março os estados-membros da zona do euro tomem uma decisão sobre isso', acrescentou Barroso em uma conferência em Bruxelas.

Em debate está a possibilidade de combinar os recursos que estão no fundo de resgate temporário, cerca de 250 bilhões de euros, com o mecanismo permanente, de modo que a zona do euro conte com uma capacidade de intervenção de 750 bilhões de euros.

O fundo permanente será antecipado em um ano e entrará em vigor em julho, enquanto o temporário (Feef) deixará de funcionar em meados de 2013, com o qual os dois atuarão durante um ano de forma paralela, mas a princípio o teto para a capacidade de intervenção de ambos foi estabelecido em 500 bilhões de euros.

A maior parte dos países-membros da zona do euro, assim como a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e até os Estados Unidos defendem um reforço e a ideia de que as duas capacidades sejam combinadas.

No fim de semana, os ministros de Finanças do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes) decidiram adiar para abril uma decisão sobre o aumento dos recursos do FMI, que pediu em janeiro o aumento dos recursos em US$ 500 bilhões, à espera da zona do euro decidir reforçar primeiro seus próprios mecanismos.

Nesse sentido, os líderes da UE pedirão ao G20 em sua cúpula da quinta-feira e sexta-feira que estabeleça em abril aumento substancial dos recursos do FMI para criar uma estrutura global que possa ajudar principalmente a zona do euro a evitar contágios da crise da dívida, segundo uma minuta de conclusões à qual a Efe teve acesso. 

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaEuropaPaíses ricosUnião Europeia

Mais de Economia

Brasil quer liderar transição circular para crescer e conquistar novos mercados

Residências entrarão no mercado livre de energia elétrica em 2027

Senado aprova lei do licenciamento com emenda que acelera exploração de petróleo na Foz do Amazonas

China pede ‘calma’ para preservar comércio global ainda não afetado pela guerra tarifária