Economia

Crise de 2008 gerou êxodo de europeus à América Latina

O principal destino desses europeus foi o Brasil, segundo estudo publicado nesta sexta-feira pela Organização Internacional de Migrações (OIM)


	Muitos vieram com um propósito bastante claro: encontrar um trabalho e ajudar a família que ficou na Europa
 (Dennis Grombkowski/Getty Images)

Muitos vieram com um propósito bastante claro: encontrar um trabalho e ajudar a família que ficou na Europa (Dennis Grombkowski/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2012 às 15h22.

Genebra - Um estudo publicado nesta sexta-feira pela Organização Internacional de Migrações (OIM) revela que 107 mil europeus deixaram o Velho Continente entre 2008 e 2009, no auge da crise, em busca de empregos na América Latina. O principal destino desses europeus foi o Brasil.

Muitos vieram com um propósito bastante claro: encontrar um trabalho e ajudar a família que ficou na Europa. Em 2010, imigrantes europeus trabalhando na América Latina enviaram quase US$ 5 bilhões de volta a seus países de origem, em remessas, uma prática que até pouco tempo caracterizava a presença dos latino-americanos na Europa: trabalhar, economizar e mandar dinheiro de volta para a família que ficou no Brasil, Equador ou Bolívia.

No mesmo período, latino-americanos que vivem na Europa enviaram de volta a seus países de origem cerca de US$ 7,2 bilhões. Mas o fluxo de latino-americanos chegando à Europa despencou. Em 2006, antes da crise, 400 mil desembarcaram nos países europeus. Em 2009, esse número caiu pela metade.

Em sua pior crise desde a Segunda Guerra Mundial, a Europa tem dificuldade para criar postos de trabalho e vê salários despencarem. Grande parte dos imigrantes era portugueses e espanhóis, solteiros e com nível universitário completo. No auge da crise, 47,7 mil espanhóis oficialmente deixaram o país em busca de novas oportunidades na América Latina.

A entidade promoveu o levantamento até o final de 2009, ano que registrou a maior queda no PIB mundial em mais de 60 anos. Mas os próprios autores admitem que o volume de imigrantes europeus continuou a aumentar entre 2010 e 2012, principalmente diante da taxa recorde de desemprego em Portugal, Grécia, Espanha e Itália.

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