Economia

Com petróleo em queda, preço da gasolina pode cair até R$ 0,28 e reduzir a inflação

Dados da Abicom apontam para uma defasagem de 9% do preço da gasolina no Brasil em relação à cotação internacional

Gasolina: Petrobras pode reduzir preço do combustível com o petróleo em queda (Peter Dazeley/Getty Images)

Gasolina: Petrobras pode reduzir preço do combustível com o petróleo em queda (Peter Dazeley/Getty Images)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 17 de outubro de 2025 às 07h42.

Última atualização em 17 de outubro de 2025 às 10h31.

O preço do petróleo em queda e uma publicação da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, podem indicar que o valor da gasolina terá redução no curto prazo em até 10%.

Na quinta-feira, 16, o petróleo Brent, usado de referência, fechou em queda de 1,42% e chegou a US$ 61 por barril. Em junho, o preço estava próximo de US$ 80.

Na quarta-feira, 15, Magda Chambriard publicou em seu perfil no LinkedIn um gráfico que ilustra a queda da commodity e afirmou que “uma imagem vale mais que mil palavras”.

Nesse cenário, dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) mostram que existe uma defasagem de 9% do preço da gasolina no Brasil em relação à cotação internacional. Ou seja, o valor está mais caro no aqui que no exterior.

Em relatório do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), analistas avaliam que a Petrobras pode ter espaço para reduzir os preços da gasolina entre 5% e 10% nas próximas semanas caso a dinâmica atual do mercado de petróleo se mantenha.

Nas contas do banco, o preço médio de venda da Petrobras cairia para entre R$ 2,57 e R$ 2,71 por litro, frente aos R$ 2,85 por litro atuais, representando uma redução entre R$ 0,14 e R$ 0,28 por litro.

A decisão, segundo o BTG, seria coerente com a estratégia histórica da empresa, que nos últimos 12 meses tem mantido seus preços 5% a 8% abaixo da Paridade de Importação de Gasolina (PPI).

Caso o cenário se confirme, essa será a segunda redução do preço do combustível desde novembro de 2023. A última queda nos preços aconteceu em junho deste ano. 

No caso do diesel, o espaço para reajustes é menor, de até 5%, uma vez que, segundo o relatório, ele permanece mais sensível à paridade de importação. Diferentemente da gasolina, o etanol está 4% mais barato no Brasil do que no mercado internacional.

Os analistas alertam que uma redução na gasolina pode ter um efeito negativo direto sobre o etanol e as margens das usinas, uma vez que o preço de equilíbrio do etanol nas usinas teria uma redução entre R$ 2,71 a R$ 2,64 por litro, aproximando a paridade atual de 68% para 71% entre os combustíveis.

A avaliação é que a rentabilidade do setor, que já enfrenta preços baixos do açúcar, concorrência do etanol de milho e incêndios em canaviais, pode ser reduzida.

Inflação pode ter redução de até 0,17 p.p

Em relatório, a Warren Investimento aponta que uma redução de R$ 0,28 no preço da gasolina terá um efeito no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de até 0,17 ponto percentual.

Nos cálculos da consultoria, a defasagem média dos últimos 15 dias está torno de 5,5%, o que teria o potencial de impactar a inflação em 0,10 ponto percentual.

A consultoria que existe em suas projeções um cenário de queda da gasolina neste ano.

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