Economia

Após 3 cortes seguidos, Fed vai manter os juros? Decisão sai nesta quarta

Powell e outras autoridades do Fed devem manter as taxas de juros inalteradas, depois de cortá-las em três reuniões seguidas

Jerome Powell: presidente do Fed parece confiante de que a economia e a política monetária estão em uma posição adequada (Joshua Roberts/Getty Images)

Jerome Powell: presidente do Fed parece confiante de que a economia e a política monetária estão em uma posição adequada (Joshua Roberts/Getty Images)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 11 de dezembro de 2019 às 07h00.

Talvez Jerome Powell tenha sorte na terceira vez.

O presidente do Federal Reserve parecia estar perto de conseguir um pouso suave da economia americana duas vezes este ano - no início de maio e no final de julho.

Nas duas vezes, porém, seus planos foram por água abaixo em meio à escalada das tensões comerciais lideradas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A situação já estava ruim o suficiente em agosto, e Powell atrasou as férias em um dia para avaliar as consequências.

Ao se aproximar de seu terceiro ano como presidente do Fed, Powell novamente parece confiante de que a economia e a política monetária estão em uma posição adequada, calibradas para ajudar a prolongar a expansão econômica recorde dos EUA.

Refletindo sua satisfação, Powell e outras autoridades do Fed devem manter as taxas de juros inalteradas na quarta-feira, depois de cortá-las em três reuniões consecutivas. E estão com os dedos cruzados para que Trump não siga em frente com sua ameaça de impor mais tarifas às importações chinesas em 15 de dezembro.

“Ainda não há certeza, mas parece um pouso suave”, disse Alan Blinder, professor da Universidade de Princeton, que foi vice-presidente do Fed de 1994 a 1996, a última - e possivelmente única - vez em que o banco central esfriou a economia sem provocar uma recessão.

Um modelo de probabilidade de recessão desenvolvido pelos economistas da Bloomberg mostra as chances de uma retração nos próximos 12 meses em cerca de uma em quatro, abaixo de uma em duas há um ano, quando os mercados financeiros ficaram assustados com o que até alguns membros do Fed admitem ter sido um aumento dos juros na hora errada em dezembro.

“Pode-se argumentar que, no fim de 2018, eles demoraram um pouco para reconhecer que as coisas haviam mudado”, disse o ex-vice-presidente do Fed, Donald Kohn. Mas Powell “corrigiu isso em semanas”, sinalizando que o Fed estava adiando novos aumentos.

(Com a colaboração de Dave Merrill).

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