Economia

Análise: resultado do IBC-BR surpreende, mas expectativa é de desaceleração no 2º semestre

A alta de 0,6% ficou levemente acima do consenso de mercado, que esperava um crescimento de 0,5%

 (Adriano Machado/Reuters)

(Adriano Machado/Reuters)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 14 de agosto de 2023 às 11h40.

Última atualização em 14 de agosto de 2023 às 12h28.

O resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que registrou alta de 0,6% em junho, foi uma surpresa positiva para o mercado, que apontava para um crescimento de 0,5%. Apesar disso, o dado não garantiu uma retomada total da geração de riqueza no país, que caiu 2,05% (dado revisado) em maio. Além disso, a expectativa entre os analistas é de desaceleração no segundo semestre, mesmo que em menor intensidade do que nas projeções do início do ano.

O head de pesquisa Macroeconômica da Kínitro, João Savignon, afirma que o resultado positivo do IBC-Br de junho decorreu, principalmente, da alta do comércio varejista ampliado (1,2%), do crescimento de 0,2% dos serviços e da relativa estabilidade da produção industrial (0,1%).

"Olhando um pouco mais à frente, continuamos com o nosso cenário base de desaceleração gradual da atividade no segundo mestre de 2023, mas em um ritmo mais lento que o consenso dos economistas vem apontando. Nossa projeção para o PIB [Produto Interno Bruto] de 2023 segue em crescimento de 2,6%", diz.

Expectativas para o PIB têm ligeira alta

A percepção de uma desaceleração menor do que a projetada inicialmente também foi apresentada pelo BC no Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 14. A expectativa dos economistas para o PIB de 2023 teve uma pequena alta, de 2,26% para 2,29%. O Ministério da Fazenda estima um alta de 2,5% e a autoridade monetária, de 2%.

O processo de queda de juros iniciado pelo BC pode ser uma surpresa positiva para a economia brasileira no segundo semestre. O governo conta com uma melhora da expectativa dos empresários para retomada dos investimentos e manutenção do ritmo de contratações. A resiliência da economia real pode dar fôlego para que a geração de riquezas no país continue a surpreender na segunda metade do ano.

Acompanhe tudo sobre:PIB do BrasilBanco Central

Mais de Economia

Milei afirma que Argentina está negociando novo empréstimo com o Tesouro dos Estados Unidos

Sindicato convoca assembleias regionais contra mudança no estatuto do IBGE

Operação Cadeia de Carbono ataca fraudes já estruturadas no país, diz ministro Fernando Haddad

Receita deflagra operação contra lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis