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Urano tem uma namorada? Cientistas identificam objeto próximo ao planeta há milhares de anos

Corpo celeste Centauro mantém um padrão orbital que o alinha com Urano de forma constante, fenômeno conhecido como ressonância orbital

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 21 de julho de 2025 às 16h56.

Última atualização em 21 de julho de 2025 às 17h13.

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Cientistas identificaram um pequeno corpo celeste que compartilha uma trajetória orbital estável com Urano há milênios, indicando uma relação gravitacional rara no Sistema Solar. A descoberta foi detalhada em um estudo preliminar divulgado pelo site Universe Today.

O objeto, classificado como um Centauro — categoria de planetas menores composta por corpos rochosos e gelados localizados entre as órbitas de Urano e Netuno — foi nomeado 2015 OU₁₉₄. Segundo os pesquisadores, ele mantém um padrão orbital que o alinha com Urano de forma constante, fenômeno conhecido como ressonância orbital.

Observações indicam que o Centauro completa três voltas ao redor do Sol enquanto Urano realiza quatro, mantendo uma sincronia que impede colisões ou afastamentos entre os corpos. Esse tipo de estabilidade é incomum entre corpos celestes do tipo, que costumam apresentar trajetórias imprevisíveis e instáveis.

O estudo é liderado por Daniel Bamberger, do Northolt Branch Observatories, na Alemanha. A equipe analisou imagens obtidas desde 2015, quando o objeto foi detectado pelo Telescópio Subaru, no Havaí. Dados adicionais de 2017 e 2018 reforçaram o padrão de ressonância com Urano.

Fenômeno pode envolver planetas menores

Simulações computacionais indicam que o vínculo orbital entre Urano e 2015 OU₁₉₄ persiste há pelo menos 1.000 anos e deve continuar por cerca de 500.000 anos. Até o momento, não há registros de ressonâncias similares envolvendo planetas externos como Urano ou Netuno.

A pesquisa também menciona possíveis interações similares com outros dois Centauros — 2013 RG₉₈ e 2014 NX₆₅ — cujos padrões orbitais sugerem sincronia gravitacional com Urano e Netuno, respectivamente. A confirmação dessas interações poderá ampliar o entendimento sobre a estabilidade orbital de corpos menores nos confins do Sistema Solar.

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