Ciência

Nova York está afundando, mostram imagens de satélite

Estudo revela que 28 das maiores cidades dos EUA estão sofrendo subsidência, afetando infraestrutura e agravando problemas como inundações

Dados de satélites mostram que cidades como Nova Iorque e Chicago estão afundando, com impactos na infraestrutura e no risco de inundações (Leandro Fonseca/Exame)

Dados de satélites mostram que cidades como Nova Iorque e Chicago estão afundando, com impactos na infraestrutura e no risco de inundações (Leandro Fonseca/Exame)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 12 de maio de 2025 às 19h06.

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Não é novidade que algumas ilhas no mundo estão afundando lentamente, ou devem desaparecer em breve. Mas Nova York e Chicago não estavam entre elas, pelo menos não antes do mais recente estudo do Instituto Politécnico da Virgínia e da Universidade da Virgínia.

A pesquisa americana usou os dados do satélite Sentinel-1, da Agência Espacial Europeia, para criar mapas de alta resolução que mostram o movimento vertical das cidades, e revelou que, em todas as 28 cidades analisadas, pelo menos 20% da área apresentava sinais de subsidência. Em 25 delas, mais de 65% da área estava afundando — e Nova York, Chicago, Dallas, Houston e Detroit apresentaram até 98% de suas áreas afetadas.

Infraestrutura sob ameaça

A subsidência pode ter causas naturais, mas em muitas dessas grandes cidades, o principal fator é humano. Cerca de 80% dos casos de afundamento são atribuídos à remoção excessiva de água do subsolo para consumo humano. Isso foi identificado por meio da análise de dados topográficos em conjunto com monitoramentos de poços artesianos.

Esse fenômeno coloca em risco não apenas a integridade das construções, mas também as estradas, pontes e sistemas de transporte.

Das cidades mais afetadas, Houston está enfrentando o maior afundamento, com 12% da cidade se movendo 10 milímetros para baixo anualmente.

Apesar de ser metade da taxa de Veneza, a proximidade de Houston com a costa do Texas torna o afundamento especialmente preocupante, pois pode aumentar o risco de inundações, agravando ainda mais os impactos das mudanças climáticas.

Embora as taxas anuais de subsidência pareçam pequenas — muitas vezes variando apenas alguns milímetros por ano —, o efeito acumulado pode ser devastador. Pequenas variações no nível do solo podem, ao longo do tempo, afetar a estrutura de edifícios e até desestabilizar pontes e trilhos.

O maior risco está em como essas diferenças entre as áreas da cidade podem se manifestar de forma visível apenas após muitos anos, quando as consequências para a infraestrutura já são irremediáveis.

Estratégias de mitigação

Apesar de não ser possível impedir que as cidades afundem, os cientistas sugerem algumas estratégias para minimizar os efeitos da subsidência. O monitoramento contínuo e a revisão das práticas de extração de água do solo são essenciais. Além disso, uma possível solução seria o retrofit de estruturas, que envolve a modernização de construções vulneráveis, protegendo-as contra os impactos da subsidência e das inundações.

Em cidades como Nova Iorque e Chicago, onde o risco de afundamento está presente em grande parte da área, o planejamento de mitigação de inundações e a reforma da infraestrutura existente podem ser cruciais para garantir a segurança da população e a durabilidade das construções.

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