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Extinções em massa: a Terra já 'morreu' 5 vezes — quando será a próxima?

Planeta já enfrentou cinco grandes extinções, mas a atual, provocada pelo homem, pode ser a mais devastadora

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 4 de agosto de 2025 às 12h26.

A Terra, com aproximadamente 4,5 bilhões de anos de história, já passou por cinco grandes extinções em massa, eventos em que pelo menos 75% das espécies desapareceram em um curto intervalo geológico.

Esses episódios alteraram profundamente a biodiversidade e a evolução da vida. Atualmente, cientistas alertam que estamos entrando na sexta extinção, a primeira causada inteiramente pelas atividades humanas, o que torna essa crise sem precedentes.

As cinco grandes extinções

  1. Ordoviciano-Siluriano (cerca de 445 milhões de anos atrás):
    Nesse período, cerca de 85% das espécies, especialmente organismos marinhos, foram extintas. Acredita-se que a movimentação dos continentes em direção ao polo sul tenha provocado um resfriamento global, formação de glaciares e queda do nível do mar, afetando a vida marinha. Alternativamente, vulcanismo e alteração dos níveis de oxigênio nos oceanos também são considerados fatores possíveis para essa extinção.

  2. Devoniano Superior (entre 372 e 359 milhões de anos atrás):
    Cerca de 70 a 80% das espécies foram eliminadas. Esse evento afetou principalmente peixes primitivos e organismos marinhos, acompanhando variações climáticas com fases de aquecimento e resfriamento, alterações no nível do mar e baixa concentração de oxigênio na atmosfera. Pesquisas apontam que mudanças ambientais complexas, possivelmente junto a impactos de meteoritos, influenciaram essa extinção.

  3. Permiano-Triássico (há cerca de 252 milhões de anos):
    Conhecida como “A Grande Morte”, foi a maior extinção em massa, exterminando cerca de 90% das espécies. Erupções vulcânicas massivas na Sibéria liberaram gases estufa, gerando aquecimento global intenso e acidificação dos oceanos. O colapso das florestas tropicais debilitou o ciclo do carbono, prolongando o efeito de superaquecimento global por milhões de anos, devastando vida marinha e terrestre.

  4. Triássico-Jurássico (aproximadamente 201 milhões de anos atrás):
    Eliminou cerca de 75% das espécies, incluindo grandes anfíbios e arcossauros. Esse evento foi consequência da separação do supercontinente Pangeia, que aumentou a emissão de dióxido de carbono na atmosfera, elevando as temperaturas globais e favorecendo o surgimento dos dinossauros.

  5. Cretáceo-Paleogeno (66 milhões de anos atrás):
    Essa extinção, que eliminou cerca de 75% das espécies, ficou famosa pelo impacto do asteroide na Península de Yucatán, que gerou um "inverno nuclear" com bloqueio da luz solar. Esse episódio eliminou todos os dinossauros não-avianos e causou o colapso das cadeias alimentares, permitindo a ascensão dos mamíferos e aves.

A sexta extinção em massa e a crise atual

Hoje, a Terra enfrenta a sexta extinção em massa, caracterizada pela rápida perda de biodiversidade causada principalmente pelas ações humanas. As atividades como desmatamento, poluição, mudanças climáticas, agricultura intensiva e urbanização têm acelerado a extinção de espécies a taxas 100 a 1.000 vezes maiores do que as naturais. Estima-se que até dois milhões de espécies já desapareceram no último século.

A crise é inédita porque é provocada por uma única espécie — o Homo sapiens. Cientistas ressaltam que, para evitar um colapso ambiental, é urgente reduzir as emissões de gases de efeito estufa, adotar energias renováveis, restaurar habitats e implementar políticas ambientais globais eficazes.

Se o aquecimento global continuar e a temperatura média subida ultrapassar 3°C acima dos níveis pré-industriais, os recifes de corais (que abrigam 25% da biodiversidade marinha) podem ser extintos, a Floresta Amazônica poderá sofrer danos severos, e numerosas espécies terrestres e marinhas estarão ameaçadas de extinção. Pesquisas recentes realizadas por instituições como o Museu da Vida da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade de Leeds (Reino Unido), a Universidade da Califórnia em Riverside, a Universidade de Geociências da China, indicam que as mudanças climáticas podem acelerar ainda mais o processo de extinção em massa.

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