Ciência

"Elo perdido" traz pistas sobre casco das tartarugas

Com tão poucas evidências para se avançar, um dos grandes debates sobre a evolução das tartarugas é de que animais provêm

 (Jag_cz/Thinkstock)

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AFP

Publicado em 24 de agosto de 2018 às 17h15.

Como a tartaruga obteve seu casco é um dos quebra-cabeças que durante anos perseguiu os cientistas, e graças a uma pesquisa sobre um novo esqueleto fóssil publicada na quinta-feira na revista Nature, algumas pistas começam a aparecer.

A maneira como as tartarugas evoluíram até sua forma atual, com um casco incorporado a seu esqueleto e uma cabeça em forma de bico, sem dentes, foi descrita como "um dos quebra-cabeças mais duradouros da evolução".

Foram encontrados relativamente poucos fósseis pré-históricos de tartarugas, o que deixa um mistério sobre como estas criaturas desenvolveram suas características únicas, e inclusive a partir de quais antepassados evoluíram.

Mas uma nova pesquisa publicada nesta quinta-feira na revista Nature traz algumas pistas, após a análise de um fóssil de tartaruga de 228 milhões de anos descoberto na China.

O esqueleto tem em sua parte frontal um bico, mas também alguns dentes, o que sugere que pode ser um "elo perdido" na evolução de uma tartaruga com dentes à forma atual.

"Este é o primeiro fóssil pré-histórico de tartaruga com um bico", disse Chun Li, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências de Pequim e coautor do artigo sobre o fóssil, chamado "Eorhynchochelys".

"O interessante é que ainda que tenha se desenvolvido um bico, os dentes se conservaram, de modo que é uma mandíbula meio bicuda, meio dentada, uma excelente característica transitória", disse à AFP.

O fóssil além disso é grande, de 2,5 metros de comprimento, com uma longa cauda e costelas extensas e planas ao longo de suas costas, que parecem formar um disco, precursor de um casco.

Com tão poucas evidências para se avançar, um dos grandes debates sobre a evolução das tartarugas é de que animais provêm.

Uma teoria afirma que compartilham o mesmo ancestral comum que maioria dos répteis, mas alguns especialistas asseguram que isto é pouco provável devido à forma do crânio atual das tartarugas.

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