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Todo vinho melhora com o tempo?

A maioria dos vinhos chega ao mercado pronta para o consumo, mas alguns realmente melhoram com o tempo

 (Catarina Bessell)

(Catarina Bessell)

Pedro Oliveira
Pedro Oliveira

Diretor da importadora Porto a Porto

Publicado em 25 de agosto de 2025 às 06h01.

Última atualização em 25 de agosto de 2025 às 07h00.

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Uma das crenças mais difundidas no universo do vinho é a de que a bebida sempre melhora com o tempo. Isso é verdade, sem dúvida, quando se trata de rótulos de alta gama, elaborados com cuidados especiais e uvas da melhor qualidade. O processo de envelhecimento arredonda os taninos, adiciona novas camadas de sabor e aroma e confere complexidade e harmonia.

No entanto, é um erro pensar que todo vinho é apto a envelhecer. A grande maioria dos rótulos está pronta para consumo em até cinco anos a partir da safra. Como o vinho é um organismo vivo e continua se transformando mesmo depois de engarrafado, nem todo rótulo possui atributos para envelhecer por anos ou até mesmo décadas. Apenas vinhos com bastante corpo e estrutura, taninos marcantes e acidez vibrante são propensos à guarda.

Como saber se um vinho tem potencial de guarda para ser aberto daqui a 20, 30 ou 40 anos, desde que armazenado corretamente? Adegas, lojas especializadas e supermercados contam com sommeliers que podem orientar na escolha. Além disso, os produtores costumam informar o potencial de guarda nas fichas técnicas, disponibilizadas em seus sites.

Alguns países são famosos por produzir vinhos de guarda. Exemplos são os italianos Amarone e Barolo e os franceses das regiões de Bordeaux e Champagne, só para citar as mais conhecidas. Sem esquecer da Borgonha, claro, com seus tintos finos e sofisticados, como o Nuits-Saint-Georges Premier Cru Les Perrières, um vinho complexo e refinado da Maison Moillard, que amadureceu 12 meses em barrica e tem um futuro radiante pela frente.

Vinícolas de Portugal também estão produzindo rótulos fabulosos. O O.Leucura, um tinto elaborado na Denominação de Origem do Douro a partir de vinhas velhas (47 anos) e com 18 meses de amadurecimento em barrica de carvalho, é um rótulo especial da premiada vinícola portuguesa João Portugal Ramos, com potencial para evoluir por 20 anos. Do Alentejo, outra renomada região portuguesa, vem o Reguengos Garrafeira dos Sócios, um tinto da prestigiada vinícola Carmim que é elaborado apenas em safras excepcionais e tem potencial para amadurecer por 15 anos.

Na Espanha, destaque para a região da Rioja,- berço do Montaña Garnacha Reserva DOCa Rioja, um tinto muito complexo e aromático com 18 meses de amadurecimento em barrica. Não é preciso necessariamente ir à Europa para encontrar grandes vinhos de guarda. A vinícola argentina Bodega Norton assina o Gernot Langes, um blend exclusivo elaborado com uma seleção criteriosa das melhores uvas malbec, cabernet sauvignon e cabernet franc de vinhedos localizados no Vale do Uco, na região de Mendoza.

Ter um vinho de longa guarda na sua adega permite apreciar sabores mais complexos e evoluídos com o tempo, além de valorizar momentos especiais. É uma oportunidade de investir em uma experiência única e preservar uma lembrança para o futuro.

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