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Os planos do CEO da relojoaria Breitling para a Universal Genève e a Gallet

Georges Ken diz na entrevista a seguir que quer manter a linha “retrô-moderna” da Breitling, posicionar a Universal Genève no segmento luxo e deixar a Gallet como marca de entrada

George Kern, CEO Breitling (Breitling/Divulgação)

George Kern, CEO Breitling (Breitling/Divulgação)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 18 de junho de 2025 às 07h30.

Última atualização em 18 de junho de 2025 às 07h41.

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A Breitling faz parte de um ranking respeitável dentro do universo da relojoaria: está entre as dez marcas maiores marcas de fabricação suíça. Mais especificamente na nona posição, com faturamento de 870 milhões de francos suíços em 2024, segundo levantamento da consultoria LuxeConsult com o Morgan Stanley.

No ano passado a Breitling vendeu por volta de 178 mil peças, ainda segundo a estimativa da LuxeConsult. É bem menos do que as duas primeiras colocadas, Rolex e Cartier, com 1,2 milhão e 660 mil, de acordo com estudo. Mas está à frente, em faturamento e número de peças comercializadas, de IWC, Panerai e Jaeger-Le Coultre, para ficar em alguns exemplos.

Os planos, no entanto, são de crescimento, diz o CEO Georges Ken. Nos últimos dois anos a Bretling comprou duas outras marcas suíças tradicionais nesse universo, a Universal Genève e a Gallet.

No fim do ano passado a Breitling chegou a apresentar três relógios da Universal Genève da linha Polerouter, criado 70 anos atrás para os pilotos da companhia Scandinavian Airlines. Mas apenas como aperitivo. A marca será relançada apenas em 2026.

Acompanhe a entrevista a seguir.

Os principais lançamentos da Breitling deste ano (Superocean Heritage, Top Time, Navitimer Cosmonaute) são reinterpretações de modelos clássicos. Qual a importância do legado da marca?

A Breitling tem um legado incrível, um dos catálogos mais ricos da indústria de relógios, e ele está na base de tudo o que fazemos. Mas é importante deixar claro: a Breitling não é uma marca vintage. Sim, modelos como o nosso novo Superocean Heritage, o Top Time ou o Navitimer Heritage se inspiram em nossas peças históricas, mas não fazemos simplesmente uma réplica do passado. Nosso código de design é o que chamamos de “retrô moderno”, uma abordagem distinta que mistura elementos retrô da história e do DNA da marca, que remontam a 140 anos, com um toque contemporâneo e fresco. São apenas elementos de design realmente bons que resistiram ao teste do tempo e continuarão sendo bons para sempre.

Qual é a principal preocupação da marca ao lançar uma nova versão de um relógio clássico? Quais elementos precisam permanecer e o que deve mudar?

Quando reinterpretamos um clássico, nossa principal prioridade é encontrar o equilíbrio certo entre o respeito pelo original e a relevância para hoje. Certos elementos devem permanecer, como a identidade central, o espírito e os principais detalhes de design que tornaram o relógio icônico. Ao mesmo tempo, não pretendemos fazer reedições exatas. Nós as reinterpretamos por uma lente moderna, atualizando proporções, materiais e paletas de cores para refletir os gostos e estilos de vida atuais. O resultado é uma coleção que se sente tanto enraizada na história quanto inconfundivelmente atual. Os relógios Breitling de hoje tendem mais para o estilo esportivo-chique do que para os relógios utilitários do passado. Eles são mais sofisticados agora, sem perder o DNA que os torna Breitling.

Quem é o cliente da Breitling hoje? E quais consumidores vocês estão tentando alcançar?

Somos uma marca casual, acessível e sustentável, mas também uma marca generalista, então um cliente da Breitling pode ser qualquer pessoa que aprecie a combinação de função e estilo. Nosso sucesso é que conseguimos vender de tudo, e as pessoas estão comprando de tudo. Não conheço uma única pessoa que não goste de pelo menos uma linha ou modelo da nossa coleção. O bonito é que nossa oferta varia desde ferramentas profissionais como o Avenger até a super clássica coleção Premier, passando por um ícone como o Navitimer e algo mais colorido com o Superocean.

Qual relógio você acha que deveria ser o primeiro Breitling para a coleção de um entusiasta de relógios?

Isso é difícil, realmente depende da personalidade de quem usa. Mas, se eu tivesse que escolher um, eu optaria pelo Navitimer. Ele é o nosso relógio mais emblemático, um verdadeiro ícone com décadas de legado e um design atemporal. Para alguém que está começando sua jornada com a Breitling, o Navitimer é um ponto de entrada fantástico. Dito isso, dependendo do estilo de vida da pessoa, outros podem se identificar mais com o Superocean Heritage, o Chronomat ou até mesmo o Top Time. Cada um desses modelos oferece seu próprio caráter único. Nosso objetivo é garantir que todo entusiasta possa encontrar um relógio que fale com ele – essa é a beleza da versatilidade da Breitling.

Universal Geneve Polerouter: lançamento pontual em 2024 (Breitling/Divulgação)

A Breitling recentemente adquiriu duas marcas tradicionais de relojoaria, Universal Genève e Gallet. Qual é a estratégia da empresa por trás dessas aquisições?

Nossa estratégia com as aquisições da Universal Genève e Gallet é construir um portfólio complementar de três marcas distintas, cada uma com sua identidade própria, público-alvo e posicionamento no mercado. Isso nos permite cobrir um espectro mais amplo do mercado de relógios de luxo sem diluir a essência de cada marca individual. Tínhamos uma visão clara para o desenvolvimento da Breitling – ela evoluiu significativamente nos últimos anos, mudando para um segmento de preço mais alto com maior poder de precificação. No entanto, também reconhecemos que uma marca não pode se expandir indefinidamente. Essas aquisições nos permitem expandir nosso alcance tanto para cima quanto para baixo no mercado.

Dentro dessa estratégia, onde cada uma das três marcas estará posicionada?

Embora as três marcas compartilhem um legado na relojoaria suíça e na especialização em cronógrafos, cada uma delas tem identidades e papéis de mercado distintos. A Gallet será posicionada no segmento de entrada do mercado de relógios de luxo. É uma marca historicamente significativa com uma linguagem de design reconhecível e servirá como uma marca irmã da Breitling. Gerida pela equipe da Breitling e distribuída pelas butiques Breitling, a Gallet terá sua própria identidade e visará um público-alvo diferente. A Breitling continuará ocupando o segmento intermediário, conhecida por sua abordagem casual, acessível e sustentável ao luxo. Como uma marca generalista única, com forte poder de precificação e uma ampla oferta de produtos, a Breitling atrai uma ampla gama de consumidores. A Universal Genève será posicionada claramente no segmento de alto nível e operará de forma independente. A marca incorpora um estilo de luxo refinado, elegante e discreto, e nos permitirá atender ao nível superior do mercado com uma oferta totalmente distinta. Juntas, as três marcas nos permitem apresentar uma oferta coesa, mas diversificada, tanto para varejistas quanto para consumidores, cobrindo todos os principais segmentos de preço do mercado de relógios de luxo.

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